Cotidiano

Forças Armadas devem ocupar estações de trens durante os Jogos Olímpicos

RIO – Pelo menos sete estações de trens da Supervia, que ficam no caminho de Deodoro, serão ocupadas por militares das Forças Armadas durante os Jogos Olímpicos. O anúncio deverá ser feito pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, na próxima quarta-feira, quando ele virá ao Rio. Jungmann terá um encontro com o general Fernando Azevedo e Silva, comandante Militar do Leste (CML) e coordenador-geral de Defesa de Área (CGDA) e com o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.

O reforço no policiamento da linha férrea do Rio durante Jogos é parte da GLO (Garantia da Lei e da Ordem) pedida pelo governador Francisco Dornelles ao governo federal. Até quarta-feira, a autorização para o emprego extra das Forças Armadas no estado deverá ser assinada pelo presidente Michel Temer. Além de estações de trens, Exército, Marinha e Aeronáutica deverão atuar em todas as principais rotas olímpicas, como vias expressas (Linhas Vermelha e Amarela), terminais de passageiros (como aeroportos e rodoviárias), túneis e avenidas da Zona Sul. jogos

Segundo o almirante-de-esquadra Ademir Sobrinho, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, os últimos detalhes da GLO estão sendo acertados com o presidente Michel Temer. Pedido pelo Rio, o policiamento da Avenida Brasil pelas Forças Armadas não deverá acontecer porque a via está fora da chamada rota olímpica.

? Devemos atuar nas principais rotas olímpicas, empregando na GLO entre 2.500 e três mil homens das Forças Armadas ? afirmou o almirante-de-esquadra Ademir Sobrinho ao GLOBO.

O almirante lembrou que espera que os Jogos Olímpicos aconteçam em segurança.

? Teremos segurança, mas estamos prontos também para atuar nos piores cenários. Não queremos aparecer, porque são os atletas os atores principais dos Jogos Olímpicos ? disse Ademir Sobrinho.

Como O GLOBO publicou na edição desta sexta-feira, a Marinha anunciou que estará presente nas ruas, reforçando o patrulhamento da orla, de São Conrado ao Caju, juntamente com a Força Nacional e as polícias Militar, Civil e Federal. A mudança na atuação das Forças Armadas, que durante a Copa do Mundo foi discreta, leva em conta o cenário internacional, com a possibilidade de uma ação terrorista durante o evento.

Cerca de três mil fuzileiros navais poderão ser vistos a partir do dia 24 deste mês nas principais avenidas e túneis das zonas Sul e Portuária. Esse contingente usará 170 veículos de apoio. Além disso, 11 blindados e dois carros anfíbios vão ficar à disposição da tropa na Escola Naval (ao lado do Aeroporto Santos Dumont) e no Forte do Leme.

A Marinha também atuará no mar, com pelo menos 1.500 militares. Eles patrulharão toda a costa do Rio, incluindo a Baía da Guanabara, onde serão ativadas zonas de exclusão durante as competições de vela. Estarão ainda no espelho d?água da Lagoa Rodrigo de Freitas, onde acontecerão as disputas de remo e canoagem. No total, serão usadas 26 embarcações como fragatas e corvetas, além de 40 lanchas.

Por fim, a força atuará no ar, com oito aeronaves, que darão apoio ao pessoal em terra e no mar.

A presença ostensiva das Forças Armadas nas ruas repete a estratégia adotada nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, quando militares ingleses deixaram os quartéis para reforçar o patrulhamento na cidade.

O esquema da Marinha foi anunciado ontem de manhã, durante a apresentação de equipamentos de combate e dos militares que integrarão o Grupo Tarefa Terrestre. Eles ficarão subordinados ao coordenador de Defesa Setorial Copacabana, o vice-almirante Leonardo Puntel, comandante do I Distrito Naval. Segundo ele, a presença da força no mar já poderá ser percebida a partir do dia 15 deste mês.

LEIA MAIS:

Paes diz que estado de calamidade não tem relação com Olimpíada

Estado de calamidade exclui ameaça às instalações esportivas

Governo quer dar Bilhete Único apenas a isentos de IR

Ilha de Brocoió tem casarão tombado, mas que se deteriora sem os cuidados

Corte de despesas na Justiça gera polêmica entre magistrados

Estado estuda parcelar salários dos servidores

?Calendário do 1º semestre da Uerj está totalmente comprometido?, diz reitor

Despesas do estado com servidores requisitados triplicaram

Inadimplência do estado ameaça conclusão de obras do metrô para os Jogos