NATAL ? Policiais da Força Nacional descobriram e fecharam nesta segunda-feira mais um túnel na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal. Este é o terceiro túnel encontrado no presídio desde sábado, quando a polícia entrou e, Alcaçuz para a instalação de um muro de contêineres, com o objetivo de separar presos de duas facções que estão rebelados e se confrontando há nove dias. Há pouco mais de uma semana, 26 detentos foram mortos durante briga entre facções no presídio.
Um dos túneis encontrados no domingo foi descoberto após parte da areia desabar em decorrência das chuvas que caíram ao longo de todo o dia. O outro estava camuflado com mato, e a polícia não sabe se ele teria sido usado para fugas durante as rebeliões.
Durante a entrada da polícia no presídio no final de semana, os agentes penitenciários aproveitaram e retiraram bandeiras de facções criminosas que estavam hasteadas no local.
Peritos do Instituto Técnico de Perícia (Itep) também recolheram partes de corpos de presos assassinados durante briga entre facções rivais no final de semana retrasado. De acordo com a direção do Instituto, em um mato próximo a um dos muros da unidade, foram encontradas duas cabeças, um antebraço, um braço e uma perna. Segundo o Itep, 22 dos 26 corpos já foram identificados.
POLÍCIA PRENDE 17
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte informou no domingo que 17 pessoas foram presas por envolvimento direto ou indireto nos atos dentro e fora da Penitenciária de Alcaçuz dede o início das rebeliões que começaram no último dia 14, quando 26 presos foram assassinados, sendo a maioria decapitada. Dois adolescentes também foram apreendidos. Em todos os casos foram abertos inquéritos, informou a Polícia Civil.
Entre os presos estão, segundo a polícia, cinco chefes de uma facção criminosa que já estavam em Alcaçuz e foram retirados do presídio dois dias depois do massacre. Eles podem responder por 26 homicídios, além de dano ao patrimônio público, lesão corporal, vilipêndio de cadáver e organização criminosa.
Outros 12 foram presos em ações distintas, ligadas a ataques e outras ocorrências. Um deles, por gravar e divulgar vídeo com ameaças à sociedade e a policiais. Dois homens e um adolescente foram detidos sob suspeita de planejar ataques na cidade de Parelhas. Outros suspeitos foram presos por estupro e por atear fogo na garagem da prefeitura de São Paulo do Potengi. Três ainda foram detidos por atirar contra um ônibus que estava no terminal do Parque dos Coqueiros, Zona Norte de Natal.