Palotina – O perfil pecuário da região oeste do Paraná tem estimulado as contratações de crédito do estilo financiamento com um crescimento considerável, se comparado aos recursos para a agricultura.
Em 2017 os empréstimos para custeio, investimentos, comercialização e industrialização para a agricultura, como para a soja e o milho in natura, por exemplo, tiveram recuo de 20% se comparados com os valores contratados em 2016. Eles baixaram de pouco mais de R$ 5,1 bilhões para R$ 4,086 bilhões. O número de contratos para essa modalidade também caiu. Foram 5% menos saindo de 38.622 para 36.744. Assim, o valor médio por contratio em 2017 foi de R$ 111,3 mil.
Por outro lado, os financiamentos para a pecuária tiveram aumento de 24%. Vale destacar que esses dados dizem respeito aos financiamentos concedidos por instituições financeiras públicas e privadas, pertencentes ao SNCR (Sistema Nacional de Crédito Rural), a produtores e a cooperativas de produtores, para fins de custeio, investimento e comercialização nas atividades de agricultura e pecuárias com base no banco de dados do Bacen (Banco Central do Brasil).
Os valores destinados à pecuária saltaram de R$ 2,309 bilhões em 2016 para quase R$ 2,874 bilhões ano passado apesar de o número de contratos ter uma leve redução de 9.036 para 8.995. Assim, o valor médio de financiamento por contrato foi de R$ 319,4 mil.
Considerando, portanto, as duas modalidades de contratação, o oeste contratou quase R$ 7 bilhões em financiamentos no ciclo passado.
Por contratos
O maior número de contratos no oeste em 2017, quase 30 mil deles, foi para custeio da safra com contratações firmadas até 30 de março do ano passado. Juntos, eles representaram 60% dos valores financiados à agricultura por instituições públicas e privadas com quase R$ 2,5 bilhões. Em seguida vieram as comercializações com R$ 771,2 milhões financiados e os investimentos com R$ 591,3 milhões. Os investimentos fecharam a conta com R$ 259 milhões tomados emprestados.
O custeio também foi o carro-chefe dos financiamentos da pecuária na região no ciclo passado. Foram R$ 928,9 milhões em 5.739 contratos. Em seguida, com 3.180 contratos e R$ 355,1 milhões emprestados, estão os investimentos e pouco mais de R$ 72,7 milhões e 13 contratos para a comercialização. Quanto ao período subsequente, tanto para a agricultura quanto para a pecuária, os dados ainda não foram finalizados por região econômica.
A consolidação da pecuária
O agrônomo analista técnico da Gerencia Técnica e Econômica do Sistema Ocepar, Maiko Zanella, destaca que isso é resultado de um importante perfil cada vez mais voltado à pecuária da região com a produção de aves, suínos, peixes e a bacia leiteira. Há também de serem mencionados os investimentos feitos por cooperativas como a C.Vale, em Palotina, que destinou R$ 110 milhões com financiamentos em tempo recorde de nove meses para a construção do abatedouro de peixes que começou a operar em 2017. “A região responde por 69% da produção estadual o que representa 55,5 mil toneladas. Em torno de 96% são tilápias e isso se deve à vocação: clima, solo e água no oeste”, destacou ao lembrar que a meta do frigorífico recém-inaugurado é chegar a 60 mil toneladas por dia de abate.
Quanto às aves, o oeste se consagra como a maior produtora estadual e uma das mais expressivas no âmbito nacional. “E neste setor temos importantes cooperativas como a Coopacol, a Lar, a Coopavel e a C.Vale que investem para diversificação da produção do seu cooperado e agregar valor à produção. As cooperativas do agronegócio da região têm uma atuação muito forte com efeito multiplicador em outros setores da economia e do desenvolvimento”, completou.
No setor de suínos, não se pode esquecer, por exemplo, do novo frigorífico que está sendo construído em Assis Chateaubriand que pertence à Frimesa. Serão R$ 600 milhões de investimentos na maior estrutura da América Latina e a expectativa para inicio dos trabalhos é 2019 com três mil empregos diretos. De imediato serão três mil trabalhadores e com um abate de sete mil cabeças dias. Mas a meta é ousada, chegar em 2030 com seis mil funcionários e um abate diário de 22 mil cabeças.