RIO – Um julgamento de estupro teve um desfecho dramático no Reino Unido após a vítima, que acusava seu pai, admitir que as acusações eram falsas e baseadas no best-seller “Cinquenta tons de cinza”.
A advogada do acusado, Cathy McCulloch, escreveu sobre o caso em seu blog, que viralizou nas redes e foi amplamente reproduzido na imprensa britânica. Segundo ela, seu cliente inicialmente não tinha defesa contra as acusações de que teria estuprado a filha oito vezes em um período de seis anos, com dificuldade de provar o que não aconteceu.
Entretanto, após ler o depoimento da vítima à polícia, ela teria notado que algumas expressões e descrições pareciam “muito adultas, além da idade dela”. Além disso, o pai soube identificar que o livro favorito da filha era sobre uma jovem que se relaciona com um milionário, que “a ensina sobre arte”, mencionando o título do livro, sem saber que é um romance sadomasoquista.
A advogada diz que nunca tinha ouvido falar do livro, mas que o leu rapidamente e notou muitas semelhanças com o depoimento da jovem.
“Eu a interroguei, sem confrontá-la inicialmente. Ela concordou que seu pai era um homem rígido, e estava com raiva por ter arruinado a sua vida. Então eu a deixei falar e pulei logo para a pergunta final: se ela estava com tanta raiva do pai que tinha inventado tudo. Ela hesitou. Eu mencionei as semelhanças incríveis entre o livro e o depoimento de antes. Ela desabou e admitiu que era verdade. Disse que tinha inventado tudo porque estava com raiva dele e queria que ele aprendesse uma lição”, escreveu a advogada.
Segundo Cathy, todo o depoimento no tribunal teria durado sete minutos. Em seguida, o juiz teria instruído o júri para que inocentasse o acusado, afirmando ainda que o “caso era único em toda a sua carreira”.