Cotidiano

Fed mantém juros nos EUA e diz que riscos ao crescimento diminuíram

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WASHINGTON – O Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) decidiu manter a taxa básica de juros do país nesta quarta-feira, mas afirmou que os riscos de curto prazo à perspectiva da economia americana diminuíram, abrindo caminho para uma continuação de um aperto da política monetária este ano.

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A autarquia afirmou que a economia expandiu em ritmo moderado e os ganhos no número de vagas de emprego foram fortes em junho. O Fed acrescendou ainda que o gasto das famílias também tem ?crescido fortemente?, e apontou para um aumento da utilização do trabalho.

Apesar dos legisladores afirmarem que continuam a monitorar de perto os dados de inflação e desenvolvimentos econômicos e financeiros globais, eles indicaram menos preocupação quanto à possibilidade de choques que poderiam desviar o curso da economia americana.

?Riscos de curto prazo à perspectiva econômica diminuíram?, disse o comitê de política monetária do Fed em um comunicado após dois dias de reunião na qual foi definida a manutenção da taxa de juros na faixa entre 0,25% e 0,50%. ? patamar determinado desde dezembro, quando o banco central elevou a taxa pela primeira vez em quase um década.

O Fed mantém a taxa de juros nesse nível desde dezembro, quando elevou pela primeira vez em quase uma década e assinalou outros quatro aumentos ao longo de 2016. Essa expectativa foi revisada para pelo menos duas elevações após novas projeções nas quais também foi reduzida a estimativa de crescimento a longo prazo da economia dos EUA.

A autarquia observou, no entanto, que houve leve mudança no equilíbrio das expectativas de inflação nos últimos meses. Apesar da forte retomada no crescimento do mercado de trabalho no último mês e de uma economia perto do nível de emprego pleno, a maioria dos legisladores do Fed pediram cautela na elevação das taxas até que haja progresso concreto no movimento da inflação em direção à meta de 2% da autarquia.

O índice preferencial de preços do Fed está atualmente em 1,6%, abaixo da meta por mais de quatro anos.

Uma desaceleração econômica global, a incerteza e volatilidade nos mercados financeiros causadas pelo referendo que definiu a saída do Reino Unido da União Europeia levaram repetidamente o Fed a postergar um novo aumento dos juros. A economia dos EUA, no entanto, sofreu pouco impacto inicial com o Brexit. Uma sequência de dados recentes que vieram melhores do que o esperado, bem como uma amenização das condições financeiras, também acalmaram os nervos dos legisladores.

Há mais três reuniões do Fed este ano ? em setembro, novembro e dezembro. Há pouca probabilidade de elevação dos juros em novembro, pois o encontro do comitê aconteceria semanas antes da eleição presidencial americana.

As autoridades agora voltam a atenção à primeira estimativa do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos por um país) do segundo trimestre, que deve mostrar uma recuperação saudável frente aos três meses anteriores.

Apenas uma legisladora do Fed discordou da decisão de manter os juros. A presidente do Fed de Kansas City votou pelo aumento da taxa em três das quatro últimas reuniões.