BRASÍLIA – O deputado Rogério Rosso (PSD-DF) assumiu nesta segunda-feira que será candidato à Presidência da Câmara. Apontado como favorito, ele deve ter apoio do centrão. Conforme O GLOBO revelou, o lançamento do seu nome é uma estratégia do grupo para tentar reduzir a pulverização de candidaturas e ampliar suas chances de comandar a Casa.
O afunilamento é um desejo do Palácio do Planalto, que pediu aos líderes que articulassem uma redução da disputa para evitar um esfacelamento da base do presidente interino Michel Temer.
? Fiz a consulta na minha família, bancada, com líderes, conversei com deputados. Vou botar o nosso nome, mas só posso registrar quando a regra do jogo estiver clara ? disse Rosso, ao GLOBO.
Rosso passou a semana negando a candidatura e disse que conversaria com sua família, que voltaria hoje do exterior. Questionado pelo GLOBO ontem sobre o que seria capaz de fazê-lo entrar na disputa, respondeu que ?o mínimo de consenso? seria suficiente.
O movimento do centrão é também uma reação ao crescimento da candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que se viabilizou ao conseguir apoio de parte do PT e outros partidos de esquerda, além de ter interlocução com quadros do centrão e apoios nas legendas da velha oposição ? DEM, PSDB e PPS. A aproximação com os petistas, porém, irritou o centrão, que passou a vinculá-lo à esquerda, chamando-o de ?candidato do Lula e da Dilma?. Rosso, por sua vez, terá de disputar a eleição carregando a marca de ser aliado de Eduardo Cunha, o que ele nega veementemente. Seus aliados, porém, preferem ver o pleito como uma disputa semelhante à do impeachment.