O faroeste fez sucesso suficiente para inspirar produções em outros países. Na Itália, foram feitos filmes hoje considerados clássicos, como os ?western spaghetti” de Sergio Leone, com Clint Eastwood. Os alemães não foram tão bem-sucedidos ? ?Era engraçado ouvir os índios falando ja wohl e danke schoen?, recorda Ruy Castro. Enquanto isso, no Brasil, fazia-se western desde o cinema mudo ? o primeiro deles, baseado na história real de um bandido que assolou o interior paulista, chamava-se ?Dioguinho? (1917).
Foi a partir do sucesso nacional e internacional de ?O cangaceiro? (1953), de Lima Barreto, que o western nacional se consolidou de vez. Daquele ano até 1983, não se passaria um ano sem que ao menos um filme do gênero fosse lançado.
O pesquisador Rodrigo Pereira, autor da tese de mestrado ?Western Feijoada: o faroeste no cinema brasileiro?, conta que os filmes fizeram muito sucesso na época, mas acabaram sendo esquecidos:
? ?O cangaceiro? foi uma das maiores bilheterias do nosso cinema. ?A flha do padre? (1975), de Tony Vieira, fez quase 500 mil espectadores. E ?O menino da porteira? (1977) foi uma das dez maiores bilheterias do cinema nacional por um bom tempo. Mas não eram os filmes que a intelectualidade via. O sucesso, muitas vezes, se dava nas periferias e nas cidades do interior. Então, muitos desses filmes acabaram se tornando invisíveis ? diz Rodrigo, que está escrevendo o livro “Faroeste Caboclo: filmes de cangaço e westerns made in Brazil?, no qual analisa mais de cem filmes deste gênero esquecido.