CAMBRIDGE, Inglaterra ? O físico britânico Stephen Hawking revelou suas preocupações sobre as políticas ambientais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, opinou sobre o Brexit, e ainda afirmou ter aceitado uma viagem ao espaço oferecida por Richard Branson, fundador do Grupo Virgin, em entrevista ao programa “Good Morning Britain” nesta segunda-feira.
“Richard Branson me ofereceu um lugar na Virgin Galactic, e eu disse sim imediatamente”, contou o cientista ao apresentador Piers Morgan.
Além de desejar conhecer o espaço, Hawking admitiu que também gostaria de visitar novamente os Estados Unidos, mas não se sente mais bem-vindo no país.
“Eu gostaria de visitar o país novamente e de conversar com outros cientistas, mas receio não ser mais bem-vindo”, disse.
Com relação ao governo Trump, o cientista revelou estar preocupado, principalmente, com as políticas ambientais.
“A mudança climática é um dos maiores perigos que enfrentamos, mas podemos prevenir os males que ela provoca. Trump foi eleito por pessoas que se sentiram desprovidas de direitos pela elite governante em uma revolta contra a globalização”, disse o cientista ao programa da emissora ITV. “A prioridade de Trump será satisfazer seu eleitorado, que não é nem liberal, nem bem informado”.
Sobre a política britânica, Hawking comentou sobre o Brexit, advertindo os políticos a garantir que o Reino Unido deveria manter os laços com a Europa e com o resto do mundo. Segundo o cientista, sair da Europa “ameaça o status do Reino Unido como um dos líderes mundiais em ciência e inovação”.
No entanto, de forma geral, Hawking enxerga sinais de esperança para o mundo com a ascensão de mulheres a cargos públicos elevados.
“Se considerarmos mulheres poderosas na Europa, como Angela Merkel, parece que estamos assistindo a uma intensa mudança para as mulheres aderirem a posições de alto escalão na política e na sociedade. Parabenizo estes sinais de libertação das mulheres”, salientou Hawking.
O envio de nanorobôs ao espaço
Hawking revelou ainda estar entusiasmado com a possibilidade de enviar nanorobôs para o espaço para investigar planetas como a Terra a trilhões de quilômetros de distância.
“O sistema recentemente descoberto de sete planetas do tamanho da Terra está a 39 anos-luz de distância. Com a tecnologia atual, não há nenhuma maneira de percorrermos uma distância tão grande. O melhor que podemos imaginar é nanorobôs enviados por lasers gigantes a 20% da velocidade da luz. Estes nanorobôs pesam alguns gramas e levariam cerca de 240 anos para chegar ao seu destino e nos enviar imagens. É viável e estou muito animado sobre isso”, explicou.