Morreu nesta manhã (8), o primeiro professor a receber título de professor emérito da Câmara de Vereadores de Cascavel, Paulo Davi da Costa Marques, de 88 anos.
Paulo também é ex-deputado federal e ex-vereador do município. Ele estava internado há mais de 20 dias em um hospital particular da cidade. O ex-deputado atuou no município como secretário de educação e também foi um dos fundadores da Fecivel, onde hoje é a Unioeste.
O corpo deve ser liberado para velório ainda neste sábado, ainda não há informações sobre o sepultamento.
Histórico
Paulo Marques é catarinense de Florianópolis, nascido em 25 de março de 1933, filho de Isidoro Marques e Guiomar da Costa Marques. Em 1960, quando trabalhava na Embaixada dos EUA, no Rio de Janeiro, decidiu vir para Cascavel, associar-se com o cunhado Jove Domelski e Pedro Mikosz nos trabalhos de uma serraria e laminadora no bairro Neva.
Professor, formado em Letras e Português pela Faculdade Estadual de Ponta Grossa e Universidade Estadual de Michigan (EUA) com especialização na área de Inglês, começou a lecionar em Cascavel na Escola Normal Carola Moreira, hoje Escola Eleodoro Ébano Pereira.
Foi professor fundador do Colégio Estadual Wilson Joffre e da Fecivel, hoje Unioeste. Dirigiu um jornal do colégio Wilson Joffre, e concorreu à vereança no pleito de 1964 pelo PTB, obtendo 175 votos. Um de seus projetos nesse período determinou a construção e denominação da Praça Wilson Joffre.
Com o golpe militar, aderiu à extinta Arena, pela qual se dispôs a concorrer à Prefeitura. Acabou desistindo, em plena campanha, porque o prefeito Odilon Reinhardt, que inicialmente se comprometera em apoiá-lo, acabou apoiando Octacílio Mion. Foi um golpe, mas Paulo Marques acabaria se recuperando com facilidade: ingressou no MDB e nas eleições de 1972 voltou à Câmara com a consagradora preferência de 2.003 eleitores.
Desta vez não chegou a legislar: foi chamado pelo prefeito eleito, Pedro Muffato, para ser o primeiro secretário municipal da Educação, Cultura e Esporte. Na função, criou 44 escolas e equipou as escolas já existentes.
Na época, os setores de cultura e esportes estavam vinculados à pasta e Paulo Marques criou departamentos específicos para cada um. Foi ainda o idealizador da Corrida de São Silvestre, além de impulsionar as primeiras exibições em Cascavel do Teatro Guaíra e apresentações de grupos folclóricos ucraniano, japonês, alemão e português.
No campo da educação especial, apoiou a criação da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae), promovendo por intermédio da Secretaria atividades destinadas à arrecadação de recursos para a instituição e formação de profissionais.
Em 1974, indicado pelo MDB para concorrer à Câmara Federal, Marques deixou a Secretaria da Educação e assumiu a cadeira no Legislativo Municipal. Concorreu a contragosto, pois pretendia se candidatar a deputado estadual. Foi melhor: ganhou a Câmara dos Deputados com uma votação superior a 50 mil votos.
Reelegeu-se em 1978, com 43 mil votos, e já pelo PMDB em 1982, fez 49 mil votos. A partir de 1986 chefiou o escritório do Paraná em Brasília; foi diretor-administrativo do Instituto de Previdência do Estado (IPE); presidiu a Comissão de Licitação da Secretaria de Estado da Saúde; foi diretor da Imprensa Oficial do Estado, diretor da Ferroeste e funcionário da Casa Civil do governo paranaense.
Com informações da Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Cascavel.