RIO Após a polêmica em torno da fotografia da menina de Napalm, o Facebook está sendo acusado de censurar jornalistas palestinos. De acordo com o site Eletronic Intifada, contas pessoais de editores e executivos de dois dos maiores veículos de notícias da Palestina foram bloqueadas. Em comunicado, a companhia admitiu o erro e afirmou que o acesso já foi restaurado.
Quatro editores da Shehab News Agency e três executivos da Quds News Network tiveram suas contas pessoais bloqueadas na última sexta-feira, de acordo com a Al Jazeera. As duas agências de notícias atuam nos territórios ocupados da Palestina e possuem 6,3 milhões e 5,1 milhões de seguidores no Facebook, respectivamente.
As vítimas do bloqueio não receberam explicações, e suspeitam que a ação está relacionada a recente acordo entre o Facebook e o governo de Israel para bloquear conteúdos que supostamente incitem a violência.
O governo israelense sustenta que mensagens divulgadas em redes sociais geraram uma onda de ataques de rua cometidos por palestinos no ano passado. Em julho, o ministro de Segurança Pública de Israel classificou o Facebook como um mostro durante uma entrevista. O ministério da Justiça está pressionando a criação de uma lei que force Facebook, Twitter e outras companhias de internet a removerem conteúdos de incitem o terrorismo.
Para os palestinos, os casos de ataques de rua em cidades israelenses no ano passado não estão relacionadas à internet, mas aos quase 50 anos de ocupação militar. Organizações de defesa dos direitos humanos também criticam a campanha levantada pelo governo de Israel, que pode afetar a liberdade de expressão de ativistas palestinos.
As contas foram reativadas no sábado, junto com um pedido de desculpas do Facebook:
As páginas foram removidas erroneamente e restauradas assim que fomos capazes de investigar, disse o Facebook, em resposta ao Electronic Intifada. Nossa equipe processa milhões de relatórios a cada semana e às vezes cometemos erros. Nós lamentamos muito sobre este erro.