Curitiba – As exportações do Paraná cresceram 4,1% de janeiro a julho na comparação com o mesmo período do ano passado. Passaram de US$ 8,89 bilhões para US$ 9,25 bilhões, puxadas, principalmente, pelos embarques de soja em grão, milho, automóveis e celulose. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
O início das exportações da nova fábrica da Klabin em Ortigueira, nos Campos Gerais, fez com que os embarques da celulose registrassem um salto expressivo pelo Paraná. Nos primeiros sete meses foram US$ 102,2 milhões em celulose exportada, receita 180 vezes superior à registrada no mesmo período do ano passado – de US$ 565,9 mil. Antes da nova fábrica da Klabin, o Paraná não tinha tradição exportadora nesse produto, lembra Julio Suzuki Júnior, diretor presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes). Assim como o setor de material de transporte, o segmento de celulose deve garantir números positivos de exportações nos próximos meses diz Julio.
As exportações de veículos de carga (caminhões) mais que dobraram (112%), passando de US$ 69,3 milhões de janeiro a julho do ano passado, para US$ 147,4 milhões no mesmo período de 2016. Embaladas pelas encomendas da Argentina, as exportações de automóveis tiveram alta de 43,6% – de US$ 204,8 milhões para US$ 294 milhões – na mesma base de comparação. A expectativa é que os produtos industrializados tenham bons resultados até o fim do ano, período em que já não há mais o impacto positivo das exportações da safra agrícola, que se concentram no primeiro semestre, diz Julio Suzuki Júnior.
Até julho, as exportações de soja em grão principal produto da pauta de comércio exterior do Estado cresceram 15%, com evolução de US$ 2,15 bilhões, em 2015, para US$ 2,48 bilhões nesse ano. Na mesma comparação, os embarques de cereais, principalmente milho, cresceram 35,2%, de US$ 181,3 milhões para US$ 244,8 milhões. Outros destaques no período foram as exportações de tratores, com avanço de 41,2% nos primeiros sete meses de 2016 (de US$ 82,5 milhões para US$ 116,51 milhões). As exportações de torneiras e válvulas, por sua vez, tiveram alta de 172,3% (US$ 35,9 milhões para US$ 97,9 milhões).
CÂMBIO
Suzuki Júnior lembra que as exportações vinham sendo beneficiadas pelo câmbio favorável, mas esse impacto vem diminuindo. O dólar, que caiu para próximo de R$ 3,1 nas últimas semanas, é considerado baixo pelos exportadores, que afirmam que a cotação competitiva seria por volta de R$ 3,50.
O governo federal já deu indicações de que pode intervir mais fortemente no mercado para manter o câmbio mais estável.O problema é que o governo federal não tem, por limitações fiscais, reservas para investir forte na compra do dólar no mercado e elevar a cotação da moeda americana. Usar essa estratégia significaria aumentar a dívida pública, que já está bastante alta, diz Julio.
Na direção contrária, importações caem 21,1%
Na direção contrária, as importações sofreram o efeito do dólar alto e da desaceleração do consumo no mercado interno. De janeiro a julho, o Paraná importou 21,1% menos. A receita caiu de US$ 7,75 bilhões para US$ 6,11 bilhões. A queda foi praticamente generalizada entre os principais produtos da pauta paranaense. Entre as que têm maior participação, as importações de adubos e fertilizantes caíram 12,2% – para US$ 658, 3 milhões. As importações de autopeças caíram 13,6% para US$ 440,4 milhões e produtos químicos orgânicos registraram recuo de 17,7%, para US$ 386,3 milhões. Com o resultado, o Paraná fechou os primeiros sete meses com um superávit na balança comercial de US$ 3,14 bilhões.