BRASÍLIA – Em sua primeira entrevista depois de eleito presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse que sempre concordou em não haver sigilo das delações como da Odebrecht, mas afirmou que a decisão final é de outro Poder, da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia.
Ele chegou a concordar com o fim do sigilo, mas em seguida disse que as decisões cabem à presidente do STF, ministra Cármen Lúcia.
– Falava não apenas em relação a essas delações de uma empresa (sobre o fim do sigilo), mas sobre todas as delações. Coube e cabe à presidente do STF tomar essa decisão – disse ele.
Ele disse ainda apenas que o Senado discutiria a proposta do senador Romero Jucá (PMDB-RR) de aprovar projeto acabando com todas as delações. Eunício ainda defendeu a aprovação da reforma da Previdência e a aprovação de medidas em favor da estabilidade da economia.
PARA JUCÁ, PMDB É SORVETERIA
Presidente nacional do PMDB, Jucá comemorou a vitória maciça de Eunício Oliveira para suceder Renan Calheiros na presidência do Senado pelos próximos dois anos.
– Tudo redondinho, sem disputa na chapa. Os 10 votos em branco deve ser dos revoltados, eleitores de Trump, adeptos da supremacia branca – brincou Jucá.
Não houve disputa para os demais cargos da Mesa, mas Jucá confirmou que há disputa acirrada para o comando das principais comissões que cabem ao PMDB indicar. Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) disputam Edison Lobão (MA), Raimundo Lira (PB) e Marta Suplicy (SP). Na Comissão de Infraestrutura disputam os senadores Eduardo Braga (AM) José Maranhão (PB) e Kátia Abreu (TO).
Com a bancada chegando a 21 senadores, o PMDB tem direito a indicar mais uma das três comissões que possuía escolha. A primeira escolha seria a Comissão de Assuntos Econômicas (CAE), cedida ao PSDB para ser presidida pelo senador Tasso Jereissatti. Pode indicar ainda a Comissão de Assuntos Sociais.
– O PMDB é uma sorveteria, cheia de qualidades e sabores diferentes – declarou Renan para justificar a guerra pelo comando das comissões.