MOSCOU ? A proposta russa de ataques conjuntos sobre os rebeldes sírios ? incluindo a Frente al-Nusra, que não vem respeitando o cessar-fogo decretado no país ? foi recebida sem entusiasmo pelo governo americano, que recusa ataques conjuntos com a Rússia desde que o país iniciou sua campanha de bombardeios em setembro do ano passado. Os EUA acusam Moscou de usar seu poderio militar para fortalecer o domínio do presidente sírio, Bashar al-Assad.
? Não há qualquer acordo para a realização de ataques aéreos conjuntos com os russos na Síria ? afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby. ? Esperamos que a Rússia dê fim às violações do governo de Assad, incluindo ataques que atingiram cidadãos e instalações civis.
O porta-voz da Casa Branca, Eric Schultz, afirmou que a meta do governo é fazer com que a Rússia convença Assad a aceitar o fim das hostilidades na Síria, afirmando que esta não é a primeira vez que Moscou propõe ataques conjuntos.
? A Rússia está ansiosa para cooperar militarmente conosco ? afirmou Schultz. ? Isso não é novidade.
De acordo com o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, as ações conjuntas teriam início na próxima quarta-feira, e também teriam como alvos comboios que carregam armas e munição a partir da Turquia. Embora esperasse uma resposta positiva por parte de Washington, o governo russo deixou claro que reservaria para si o direito de realizar ataques unilaterais.
? Acreditamos que a adoção destas medidas permitirá que todo o território sírio realize um transição para um período de paz ? afirmou Shoigu. ? Evidentemente, essas medidas são coordenadas com a liderança do país.
Um membro do governo americano que não quis se identificar não acredita que os EUA aceitem, eventualmente, realizar ações militares com a Rússia.
? Não vejo isso acontecendo. Putin vem há muito tempo tentando fazer com que a Rússia se alinhe com os EUA e seus aliados na Síria. Essa proposta é apenas mais um reflexo desse objetivo.