BAGDÁ ? A coalizão liderada pelos Estados Unidos no Iraque disse nesta sexta-feira estar investigando denúncias de que cerca de 200 civis foram mortos em ataques aéreos realizados pelas forças americanas em Mossul, bastião do Estado Islâmico no Iraque. Os relatos de uma pesada carga de ataques aéreos em Mossul vêm na sequência de dois episódios semelhantes na Síria, em que ativistas e residentes locais também dizem que dezenas de civis foram mortos. A coalizão disse que abriu uma investigação formal sobre as alegações. iraque
Estes episódios levantaram questionamentos sobre se as regras de engajamento de minimizar as mortes de civis foram aliviadas após o início do governo Trump, que prometeu combater o Estado Islâmico com mais agressividade. Segundo o “New York Times”, autoridades do Exército americano insistiram que as regras não mudaram. Porém, reconheceram que os ataques aéreos na Síria e no Iraque estão sendo mais pesados, em um esforço para pressionar o grupo terrorista em várias frentes.
Nesta segunda-feira, pelo menos 33 pessoas foram mortas numa escola bombardeada em uma vila a oeste da cidade de Raqqa, sede do Estado Islâmico na Síria. Ativistas locais creem que o ataque aéreo foi realizado por caças da coalizão liderada pelos Estados Unidos. A aliança, por sua vez, ainda não emitiu um comunicado sobre o ocorrido, mas reconheceu que houve 19 ataques na área de Raqqa no dia. Três dessas ofensivas teriam destruído quartéis-generais do EI.
Na semana passada, as Forças Armadas americanas admitiram que realizaram um ataque no Norte da Síria contra posições da al-Qaeda, que atingiu uma mesquita na província de Aleppo, onde morreram 46 pessoas, segundo uma ONG síria. Os militares negaram que bombardearam deliberadamente a mesquita.
“Não atacamos uma mesquita, e sim um prédio que tínhamos como alvo, onde se realizava uma reunião (da al-Qaeda) e se situava cerca de 15 metros de uma mesquita que ainda está de pé”, declarou, na quinta-feira passada, o coronel John J. Thomas, porta-voz do Comando das Forças Americanas no Oriente Médio (Centcom).
Os Estados Unidos criticaram constantemente a Rússia, que apoia o regime de Bashar al-Assad, acusando o país de alvejar deliberadamente civis, hospitais e remessas humanitárias.