RIO ? Os oceanos do mundo perderam mais de 2% do seu oxigênio desde 1960, o que pode ter consequências potencialmente devastadoras para plantas e animais marinhos, disseram cientistas na quarta-feira. Nessas cinco décadas e meia, as partes dos oceanos desprovidas de oxigênio quadruplicaram, segundo um estudo publicado na revista científica Nature.
E a produção e fluxo de óxido nitroso, um poderoso gás de efeito estufa, ?provavelmente aumentou?, diz o estudo.
Os oceanos cobrem quase três quartos da superfície da Terra, fornecem cerca de metade do oxigênio que respiramos e alimentam bilhões de pessoas a cada ano. Em um comentário sobre o estudo, também publicado pela Nature, o cientista Denis Gilbert da Fisheries and Oceans Canada escreveu que uma ?diminuição de 2% do conteúdo de oxigênio do oceano pode não parecer muito?, mas que ?as implicações disso para os ecossistemas marinhos podem ser graves em partes do oceano onde o oxigênio já é baixo?.
O relatório constatou que a maior diminuição aconteceu perto de áreas onde o oxigênio já era baixo, nas chamadas “zonas mortas”, onde os níveis de oxigênio declinaram 4% a cada década.
A maior parte do oxigênio foi perdida no Oceano Pacífico Equatorial e Norte, no Oceano Antártico e no Oceano Atlântico Sul, que apresentaram “uma diminuição contínua”, e que ?juntos são responsáveis por 60% da perda de oxigênio oceânico global”, relatou o estudo.
Os autores disseram que precisavam realizar mais pesquisas para determinar quanto da perda de oxigênio era devido ao aquecimento global e quanto estava relacionado aos ciclos climáticos naturais. O estudo também reiterou um alerta antigo de que a perda de oxigênio se aceleraria – com previsões de uma queda de 1% a 7% até 2100.