RIO – A Estácio vai fechar os campus de Parque das Rosas, na Barra da Tijuca, Freguesia, em Jacarepaguá, e Menezes Côrtes, no Centro, em 2017. Os cursos serão transferidos para outras unidades. A decisão, que está sendo comunicada a alunos e funcionários da universidade no fim da tarde desta sexta-feira, integra um pacote de medidas adotadas neste segundo semestre de 2016 para garantir a sustentabilidade da companhia, explica o presidente Pedro Thompson.
? O grande motivador para fazermos isso é a economia de recursos que teremos. São unidades em que o custo do aluguel está acima do que vemos como preço de mercado. Assim, vamos economizar R$ 18 milhões por ano, que podem ser apolicados em melhorias nas condições oferecidas aos alunos, como métodos de ensino, investir em qualidade acadêmica ? conta ele.
Com a mudança, a Estácio ficará com 32 campi no Estado do Rio. A universidade vai transferir 24 cursos das três unidades que serão fechadas ? o equivalente a 5% da oferta total de cursos ? e dez mil alunos para outras filiais, que passarão por adequações durante o período de férias. Os cursos da unidade Parque das Rosas serão transferidos para duas unidades. Cursos como os de educação física e fisioterapia, pela infraestrutura física exigida, seguirão para a sede da Taquara, em Jacarepaguá. Outros como urbanismo e arquitetura, por exemplo, seguirão para a unidade Tom Jobim, que funciona em um prédio próprio da Estácio, na Barra.
Os cursos da unidade do Menezes Côrtes passarão para a da Av. Presidente Vargas, também no Centro. Enquanto os da filial da Freguesia serão transferidos para a da Taguara. Não há previsão de dispensa de professores em consequência da mudança, já que o que determina o tamanho do corpo docente é o número de alunos, destacou Thompson.
SISTEMA DE PARCELAMENTO DE MENSALIDADES
Em meados deste ano, a Estácio anunciou três metas principais para o segundo semestre de 2016: recuperação do valor médio das mensalidades, racionalização de custos e despesas operacionais. Para chegar lá, concentrou esforços na redução de despesas operacionais e reduziu a concessão de bolsas de estudos e de descontos para os alunos.
No terceiro trimestre, a Estácio alcançou lucro de R$ 135,7 milhões, aumento de 7,2% na comparação com igual período de 2015. No segundo trimestre, porém, identificou perdas da companhyia com erros contábeis e irregularidades no valor de R$ 108,1 milhões entre 2014 e 2016.
De julho a setembro, o valor médio das mensalidades avançou em 9,1% nos cursos presenciais e em 14,1% nos de Ensino à Distância (EAD), com 129 mil e 48 mil alunos, respectivamente. A base total de estudantes, contudo, ficou estável.
Com a redução das bolsas e dos descontos concedidos aos novos alunos, a Estácio aposta no aumento da captação com um sistema próprio de financiamento de mensalidades, que valerá a partir do próximo ano:
? Lançamos um sistema de parcelamento próprio, que permite ao aluno parcelar até 70% do valor das mensalidades em até o dobro do tempo de duração do curso. Valerá apenas para novos alunos ingressando na Estácio a partir do primeiro semestre de 2017. E vai garantir melhores condições ao estudante e preserva a receita da instituição ? conta Thompson.
Em agosto, Estácio e Kroton Educacional, líder no setor de ensino privado no país, anunciaram um acordo de fusão. Juntas, darão origem ao maior grupo do setor no mundo, segundo a CM Consultoria. A operação está sob avaliação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).