SÃO PAULO. A Justiça espanhola concedeu liberdade provisória ao advogado Rodrigo Tacla Duran, suspeito de ser um dos operadores de offshores criadas pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, conhecido como “departamento de propina”. Além da Odebrecht, ele teria atuado para as empreiteiras Mendes Junior e UTC.
Duran é suspeito de ter faturado R$ 61 milhões, entre 2011 e 2013, atuando como operador de propina. Deste total, R$ 54,1 milhões foram pagos por empresas que tiveram contratos com a administração pública. Ele também recebeu valores de outros operadores, como Adir Assad e Júlio Camargo.
Ele teve prisão preventiva decretada pelo juiz Sérgio Moro na 36 ª Fase da Lava-Jato, em novembro passado e teve seu nome na lista vermelha da Interpol até ser preso, oito dias depois, em Madri.
O advogado tem dupla cidadania, brasileira e espanhola. A Justiça espanhola recolheu o passaporte de Duran. Estabeleceu que ele não pode deixar o país e deve comparecer em juízo sempre que for convocado.
Moro determinou o bloqueio de até R$ 20 milhões das contas de Duran e de três empresas dele – TWC Participações, Econocell do Brasil e Tacla Duran Sociedade de Advogados.
Duran foi mencionado pela primeira vez por Ricardo Pessoa, da UTC, e os investigadores da Lava-Jato acreditam que ele serviu como elo entre corruptos e corruptores de diversas empresas. Além das empreiteiras, concessionárias de serviços públicos também depositaram ao advogado, entre elas a Econorte, concessionárias de rodovias, e a TPI Triunfo e Participações, que é sócia da UTC na concessão do aeroporto de Viracopos.