CARACAS Enquanto a Venezuela vive dias de alta tensão política, a Espanha concedeu nacionalidade em caráter de urgência a seis opositores do presidente Nicolás Maduro. Dentre os beneficiados, estão dois parentes do opositor venezuelano Leopoldo López, que está atualmente preso, além do diretor do jornal El Nacional, Luis Carlos Serra Carmona, junto à sua mulher e dois filhos. Eles são acolhidos porque o governo espanhol reconhece que eles sofrem perseguição política em seu país.
Segundo a vice-presidente do governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, a iniciativa é um exercício de responsabilidade para demonstrar solidariedade aos opositores intensamente afetados pela perseguição política na Venezuela. O objetivo é, segundo autoridades espanholas, oferecer garantias democráticas a estas seis pessoas.
Os parentes de López, considerado um dos expoentes da oposição venezuelana, estão entre as pessoas nacionalizadas espanholas: sua irmã Diana Cristina López e o seu marido, Herman Sifontes Tovar.
Segundo Soraya, as investigações jornalísticas de Carmona fizeram dele um dos cidadãos já processados pela Justiça venezuelana. Por isso, ele está sendo recebido pela Espanha, junto com a sua mulher, María Fernanda Sánchez, e seus dois filhos, Luis Carlos e Silvana Dolores.
Atualmente, a oposição e o governo travam uma batalha política no país, que vive uma profunda crise econômica e declarou o estado de exceção na última sexta-feira. Os parlamentares oposicionistas fazem uma campanha pela saída de Maduro e convocam manifestações populares.
Nos últimos dias, os protestos em favor da convocação de um referendo revogatório do mandato do presidente registrou intensos confrontos com a polícia. Na quarta-feira, as forças de segurança da Venezuela prenderam sete pessoas e dispararam gás lacrimogêneo contra manifestantes, enquanto tentavam barrar uma nova marcha da oposição.