BRASÍLIA – Após o almoço reunião com a bancada dos tucanos no Senado, o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, defendeu a aprovação do projeto que reestrutura carreiras e reajusta salários da Polícia Federal, no momento em que o governo luta pela aprovação da PEC 241, que institui teto de gastos nos três Poderes. Com forte lobby de dirigentes da PF na Câmara, o projeto de reajuste deve ter um impacto de R$1,8 bilhão nos cofres públicos, sendo R$700 milhões só esse ano.
? Sem dúvida ( apoio). A questão da PF havia ficado pra trás , ou seja, o governo anterior havia encaminhado todos os projetos, mas não havia encaminhado o da PF, apesar de fazer parte do mesmo pacote de uma possibilidade de reposição inflacionária. Assim que nós assumimos conversamos com a PF e o presidente Temer encaminhou o projeto, que eu espero que seja aprovado ? confirmou Alexandre Moraes.
Questionado se não seria um contra senso aprovar o reajuste no momento em que o Congresso discute a PEC do teto de gastos, o ministro da Justiça disse que não, argumentando que esse projeto foi discutido durante um semestre inteiro , junto com os outros projetos de recomposição salarial, durante o governo Dilma Rousseff.
? O governo anterior destacou só o da PF, mandou todos os outros que já foram aprovados, já foram sancionados. Isso é uma discussão pretérita, que acabaria prejudicando a PF. Não é uma discussão atual ? defendeu Moraes.
LAVA-JATO
Os participantes do encontro negaram que o ministro tenha comentado sobre as investigações da Operação Lava-jato, ou que tenham discutido sobre blindagem para o ministro continuar no cargo.
? Esse é um almoço que fazemos toda terça-feira e geralmente convidamos os ministros. Já vieram o Serra e o Bruno. Hoje o convidado foi Alexandre Moraes. Ninguém tratou de blindagem aqui ? disse o anfitrião, senador Tasso Jereissatti (CE).
Na mesma linha do presidente Michel Temer, Alexandre Moraes minimizou o impacto de denúncias no âmbito da Operação Lava-Jato, envolvendo os ministros Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Moreira Franco (Programa de Parceira de Investimento). Ele disse não acreditar que essas denúncias resultantes de delações da Odebrecht venham a prejudicar as votações importantes no Congresso.
? Não, acredito que não. O presidente Michel Temer está sempre dizendo tudo que é apontado deve ser investigado, até que, qualquer que seja a pessoa, possa demonstrar que não tem nenhuma ligação. Acho que não há nenhum problema em relação ás votações,seja na Câmara, seja no Senado