CARACAS ? A coalizão opositora venezuelana convocou para terça-feira uma nova mobilização em Caracas para pressionar pela realização de um referendo revogatório que pode encurtar o mandato do presidente Nicolás Maduro. Em meio ao clima de tensão que chega às ruas nas últimas semanas, manifestantes já se concentram para o segundo dia consecutivo de marchas, enquanto o país vive uma profunda crise econômica e política. Autoridades insistem que os prazos legais impedem que a consulta popular aconteça ainda neste ano.
A Mesa de Unidade Democrática (MUD) promete marchar até a sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para exigir que as autoridades eleitorais iniciem a validação das 1,8 milhão de assinaturas recolhidas para ativar o referendo. Segundo opositores, o órgão eleitoral tem feito manobras para atrasar o processo e seguir as ordens de Maduro.
Mais uma vez, é pouco provável que a mobilização chegue ao seu destino porque, até o momento, a prefeitura da capital venezuelana não autorizou a marcha.
Os recentes protestos convocados pela oposição venezuelana vêm sendo marcados por prisões e episódios de violência. Na semana passada, houve repressão militar e brigadas de choque em uma manifestação de Caracas. Na ocasião, 19 jornalistas foram atacados, agredidos ou roubados.
Em maio, a coalizão opositora tentou marchar até a sede do órgão eleitoral em duas ocasiões. No entanto, foi bloqueada por centenas de policiais e guardas nacionais, que dispersaram o protesto com gás lacrimogênio e balas de borracha.
? Não há motivos para que reprimam um povo que exige seus direitos ? afirmou o líder opositor Henrique Capriles. ? Não podemos nos resignar. O momento é agora. A mudança constitucional é em 2016.
Maduro acusa a oposição de utilizar as manifestações para gerar violência nas ruas. Autoridades oficialistas descartam a realização do referendo enste ano e já acusaram a oposição de promover um complô para derrubar o governo do presidente chavista.