SAN ANTONIO DEL TACHIRA, Venezuela ? Frente à escassez que atinge o seu país, cerca de 35 mil venezuelanos já cruzaram desde sábado em caravanas a fronteira para comprar alimentos e remédios na Colômbia. Embora o corredor esteja fechado há quase um ano, autoridades de Caracas decidiram abri-lo temporariamente. Esta é a segunda vez no mês que milhares de pessoas vão à cidade colombiana de Cúcuta na tentativa de driblar a crise de abastecimento.
A fronteira foi reaberta no sábado, um dia antes do previsto. Autoridades dos dois países haviam anunciado que o corredor seria habilitado neste domingo.
“Neste momento, desde a ponte internacional Simón Bolívar, @GoberNorte coordena o processo de passagem de milhares de pessoas”, publicou no sábado em sua conta no Twitter o secretário de governo do departamento de Norte de Santander, Yebrail Haddad.
Segundo fontes da prefeitura de Cúcuta, autoridades colombianas controlam as pessoas que entram na cidade pela Ponte Internacional.
A entrada de venezuelanos para comprar provisões acontece em meio a uma greve de transportadores de carga que afeta a Colômbia há 40 dias. A situação gera temores de desabastecimento nas principais cidades do país, incluindo Cúcuta.
O ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, afirmou no sábado que a Força Pública garante a chegada de provisões para os habitantes de Cúcuta e os venezuelanos.
“Fizemos um grande esforço para ter abastecimento suficiente para que os 15 mil venezuelanos que cruzaram a fronteira hoje, e os que são esperados amanhã, encontrem tudo de que precisam”, disse Villegas.
Uma primeira abertura temporária da fronteira aconteceu no último dia 10, quando um mar de venezuelanos entrou na Colômbia em busca de alimentos e remédios, devido ao desabastecimento em seu país.
O fechamento da fronteira foi decretado pelo presidente Nicolás Maduro em agosto de 2015, depois que um ataque de supostos paramilitares colombianos contra uma patrulha militar venezuelana. O episódio deixou três feridos na cidade de San Antonio e gerou tensão entre os dois governos.