SÃO PAULO. A primeira testemunha a depor no julgamento de Elize Matsunaga, nesta segunda-feira, foi a babá Amonir Hercília dos Santos, que disse não se recordar de datas, horários ou detalhes daquele fim de semana em que aconteceu o crime. Ela lembrou, no entanto, do momento em que soube, pela mãe, que a ré comprou uma serra elétrica horas antes do assassinato. Quando falou que Elize cuidava bem da filha do casal, então com um ano de idade, a acusada chorou, fato que se repetiu pelo menos quatro vezes.
Amonir trabalhou como plantonista, ou seja, aos fins de semana, na casa de Elize E Marcos, por dois meses. Sua mãe, que ainda prestará depoimento, também era babá da filha do casal, e atuava durante a semana. As duas foram convocadas pela acusação.
Acusada de matar e esquartejar o marido, diretor e herdeiro da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga, em 2012, Elize Matsunaga está sendo submetida ao primeiro dia de julgamento, por júri popular formado por sete pessoas (quatro mulheres e três homens) no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo. Ela pode pegar até 32 anos de prisão. De acordo com a defesa da ré confessa, ela está ansiosa e preocupada em não ver mais a filha do casal, hoje com cinco anos, que vive com os avós paternos. Elize deixou a penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, onde está presa, por volta das 7h20min e o julgamento começou às 11h45min.
A promotoria foi a primeira a fazer os questionamentos, e Amonir não sabia ao certo, por exemplo, se entrou para trabalhar na manhã de sábado ou domingo, mas afirmou que jamais presenciou briga entre o casal ou soube de traição de ambas as partes. Também não notou nenhum ato estranho naquele fim de semana.
Marcos foi morto na madrugada de sexta para sábado. Dias antes, Elize tinha viajado com a criança e a mãe de Amonir para o Paraná. A babá contou que, quando o trio voltou, sua mãe comentou que a ré parou para comprar uma serra elétrica.
A testemunha também lembrou-se que Elize parecia ter chorado na semana em que o marido foi dado como desaparecido, mas que continuou agindo normalmente.
A defesa focou as perguntas no relacionamento de Elize com a filha. Foi quando a testemunha relatou que ela era boa mãe e sempre cuidava da criança.
Quase imóvel o tempo todo, e com olhar fixo na ex-babá, Elize levou um lenço de papel no rosto e chorou diversas vezes.