RIO ? Imagine uma aula de biologia na qual o corpo humano seja projetado num holograma para que os alunos explorem cada detalhe. Agora, pense num livro didático com realidade aumentada, que permita aos estudantes se aprofundar ou tirar dúvidas sobre a matéria. Não são coisas do futuro. As técnicas da holografia e da realidade aumentada e suas possíveis aplicações em sala de aula foram algumas das inovações apresentadas em oficinas realizadas durante o encontro Educação 360, promovido pelos jornais O GLOBO e “Extra” na Escola Sesc de Ensino Médio, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. O evento é uma parceria com Sesc, com apoio da Coca-Cola Brasil, Canal Futura e TV Globo.
Na oficina “Dos fantasmas de Pepper à Holografia”, o gerente de informática da MultiRio, Nuno Caminada, e a diretora de mídia e educação da empresa municipal, Marinete D’Angelo, ensinaram educadores a aplicar a técnica da holografia sem precisar gastar muito dinheiro. Com uma transparência de acetato, comprada em papelaria, tesoura e fita adesiva, os participantes da oficina construíram pequenas pirâmides transparentes.
Cada um posicionou a estrutura em cima de seu smartphone e, em seguida, bastou acessar na internet imagens criadas especialmente para projeção holográfica. O resultado: as imagens flutuaram à frente dos olhos dos participantes.
? É um recurso novo e ainda estamos descobrindo juntos as muitas possibilidades de uso. Mas além de ter uma funcionalidade nova, atrai os alunos pela curiosidade ? diz Marinete D’Angelo.
A ideia empolgou a professora de Matemática Pâmela Azevedo, de 24 anos, que pretende fazer a experiência com os alunos do 9º ano do Colégio PróUni, em Campo dos Goytacazes, no Norte Fluminense.
? Como no fim do ano vou trabalhar pirâmides e prismas com os alunos, acho que será um bom incentivo para ensiná-los a calcular as medidas necessárias para a construção da estrutura para a holografia ? diz.
Em outra oficina conduzida pela dupla da MultiRio, foram apresentados livros didáticos desenvolvidos com a tecnologia da realidade aumentada. Em algumas páginas, há o ícone de uma câmera, indicando que o leitor aproxime a câmera do smartphone ao livro. Ao fazer isso, com um aplicativo específico para a realidade aumentada, o leitor vê a imagem do livro, através da câmera, em movimento. Num livro infantil, por exemplo, cuja temática é o medo, uma das páginas mostra o pintinho dentro de um ovo. Ao aproximar o smartphone, o leitor vê o pintinho saindo da casca e descobrindo o mundo.
DE INIMIGOS A ALIADOS
O uso de smartphones em sala de aula foi o tema da oficina ?Laboratório de experimentos com aplicativo?, conduzida por Bruna Nunes, coordenadora pedagógica da ONG Recode, voltada para o empoderamento digital.
? Pesquisas mostram que 78% dos jovens se conectam quase todos os dias à internet. Vivemos numa sociedade cada vez mais mediada pela tecnologia. Tecnologias móveis como smartphones e tablets são recursos importantes para a educação. O desafio é transformá-los de inimigos a aliados ? diz Bruna Nunes.
Durante a oficina, os participantes foram apresentados a alguns aplicativos educacionais e convidados a pensar em atividades que poderiam ser feitas em sala de aula com o uso de smartphones. Entre os aplicativos apresentados, estavam o Socrative, que permite a criação de questionários para que os alunos respondam em seus smartphones ou tablets; a Fábrica de Aplicativos, uma plataforma digital que permite criar aplicativos básicos; o Office Mix, uma extensão do PowerPoint que facilita a inserção de vídeos, links e questionários nas apresentações; e o Audacity, que permite gravação e edição de áudio.
* Do “Extra”.