LONDRES – Nove em cada dez dos principais economistas da Grã-Bretanha, que atuam no distrito financeiro de Londres, na academia e em pequenas empresas, acreditam que a economia será prejudicada caso o Reino Unido deixe a União Europeia, mostra uma pesquisa divulgada neste domingo.
Realizada pelo instituto Ipsos-MORI, a pesquisa revela que 88% dos entrevistados acreditam que uma saída da UE e do mercado único prejudicaria as perspectivas de crescimento da Grã-Bretanha ao longo dos próximos cinco anos e 82% disseram que provavelmente haveria um impacto negativo sobre a renda das familiares.
A pesquisa, que segundo o jornal ?Observer? seria a maior de seu gênero e entrevistou mais de 600 economistas, é um combustível para o primeiro-ministro David Cameron, que lidera a campanha para que o Reino Unido permaneça no bloco de 28 membros no referendo marcado para 23 de junho, apesar da oposição de alguns membros de seu partido.
De acordo com o jornal, os profissionais entrevistados são membros de órgãos representativos mais respeitados da categoria, como a Sociedade Real de Economia e da Sociedade de Economistas Empresariais.
?A pesquisa confirma o ponto de vista geral dos economistas: deixar a UE prejudicaria nossa economia, custando empregos e elevando os preços?, disse Cameron em um comunicado.
Militantes de ambos os lados miram na economia como uma das principais batalhas para ganhar eleitores indecisos, no que está se transformando em uma luta cada vez mais amarga sobre o futuro da Grã-Bretanha.
Aqueles que defendem a saída do bloco afirmam que a Grã-Bretanha ficaria livre de regulação e burocracia, caso deixe a União Europeia, sendo capaz de negociar seus próprios acordos comerciais sem ter para agradar a 27 outros países.
A campanha pela permanência, porém, tem calcado o argumento de que a Grã-Bretanha sofreria uma recessão econômica, prejudicando a libra, o emprego e os salários.