WASHINGTON ? Mesmo em uma intensa campanha eleitoral para conseguir votos em todo o país, Hillary Clinton e Donald Trump dormem em suas próprias camas na maioria das noites. Neste ano, os candidatos à Presidência dos EUA não precisam mais pular de hotel em hotel por vários dias enquanto percorrem o território nacional fazendo comícios. Surge um novo tipo de campanha, diferente do modelo tradicional, em que é possível fazer este trabalho com os novos recursos que a internet e as redes sociais colocam hoje à mão.
Na maior parte dos dias, a democrata e o republicano deixam suas casas pela manhã ? ela de uma casa no subúrbio de Westchester County, em Nova York, ele de uma cobertura em Manhattan ou de uma casa em Mar-a-Lago, na Flórida. Eles voam em seus aviões de campanha para diferentes estados e, depois de fazer discursos ou arrecadar fundos, normalmente voltam à noite de volta para casa.
O novo modelo de campanha reflete uma mudança na natureza das disputas presidenciais. Ao ?Los Angeles Times?, o porta-voz da campanha de Barack Obama em 2008 ponderou que os comícios dos candidatos sempre foram bons para três fins: coletar as informações pessoais de eleitores para mobilizá-los, chamar a atenção da imprensa e gerar energia entre os seus apoiadores. Hoje, no entanto, apenas o terceiro objetivo ainda depende da presença de um candidato no palanque.
Para disseminar a mensagem da sua campanha e organizar seus apoiadores, os candidatos podem recorrer aos vídeos na internet e às redes sociais. Nestas eleições, o meio digital vem se mostrando protagonista. Estes meios também são muito eficientes para alcançar o público-alvo de cada um dos presidenciáveis.
Segundo uma pesquisa do ?Pew Research Center?, 91% dos adultos americanos lêem notícias na internet. Há 20 anos, o índice era de apenas 12%. As redes sociais são a ferramenta de informação utilizada por 62% dos americanos, enquanto a leitura de jornais locais caiu para 20%.