RIO – Um ano depois de ser vítima de um assalto, o arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, viu de perto, novamente, a violência que aflige a população. Na manhã desta sexta-feira, ele precisou sair do carro que o transportava em Santa Teresa para se proteger de tiros disparados num confronto entre policiais militares do 5º BPM (Praça da Harmonia) e da Unidade de Polícia Pacificadora dos Morros Fallet/Fogueteiro, em Santa Teresa, e bandidos. Segundo Dom Orani, foram cerca de dez minutos parado no trânsito por causa do confronto.
? (Estava) voltando do (Cristo) Redentor e indo para o aeroporto. Junto com muitos outros passageiros de ônibus e outros veículos. Ficamos uns dez minutos. Quando amainou um pouco, demos marcha a ré e pegamos outra rua. Os ônibus à frente continuaram parados. Não sei como terminou ? disse Dom Orani, que foi para um evento em São Paulo.
O consultor de vendas José Alves de Sousa, de 35 anos, paroquiano da Matriz de Santa Teresa, estava dentro de um ônibus, que precisou parar para que os passageiros descessem em busca de proteção. Ele contou ter reconhecido Dom Orani quando um de seus assessores desceu do carro em que ele estava e, agachado, abriu a porta traseira direita para que o religioso saísse do carro para se proteger.
? Pedimos ao motorista para abrir a porta para que buscássemos proteção. E comecei a fotografar e a gravar um vídeo para justificar para o meu chefe o motivo do meu atraso. Foi quando vi o carro de Dom Orani e o reconheci. A lateral esquerda do carro estava voltada para o ponto onde havia tiroteio. Ele precisou descer do outro lado. Peguei o ônibus na Almirante Alexandrino e o tiroteio aconteceu perto do Morro do Fallet. Foi tiro para tudo quanto é lado ? contou José Alves, que enviou vídeos de fotos para o GLOBO.