Cotidiano

Dnit volta atrás e diz que não autorizou a retirada de pedras

O trecho desativado de 1,5 quilômetro está próximo ao antigo trevo com a BR-277

Cascavel – Menos de um ano depois de o prefeito de Cascavel, Edgar Bueno, e do prefeito de Santa Tereza do Oeste, Amarildo Rigolin, firmarem uma parceria com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) para a utilização das pedras do asfalto da BR-163, trecho que foi desativado após a construção do Contorno Oeste, o Departamento entra em contradição sobre a utilização do asfalto.

Segundo nota encaminhada pela assessoria de imprensa do Dnit aos jornais Hoje e O Paraná, o “Departamento nunca autorizou qualquer prefeitura a retirar massa asfáltica e cascalho do trecho desativado da BR-163”. Mas conforme material divulgado pelo Hoje e O Paraná em 16 de setembro de 2015, o superintendente Regional do Dnit no Paraná, José da Silva Tiago, e os representantes dos municípios assinaram um termo de cooperação federativa que permitia a divisão em partes iguais do material pétreo e as pedras, então doados pelo Dnit. O trecho desativado de 1,5 quilômetro está próximo ao antigo trevo com a BR-277.

Na época da assinatura do acordo, o superintendente explicou que o acordo foi possível por um decreto que atribui a possibilidade ao órgão de doar segmentos inservíveis para estados ou municípios.

Conforme a nota da assessoria de imprensa encaminhada ontem à reportagem, “houve uma retirada irregular de material em 2013, o que resultou em um boletim de ocorrência por parte do Departamento e em apuração por parte das autoridades locais”.

No percurso, que até então havia autorização por parte do superintendente do órgão para retrada pelos municípios, a reportagem flagrou ontem o depósito de terra sobre o asfalto. A terra está sendo retirada das margens da BR-163 no percurso que está sendo duplicado e é depositada pela empresa que faz a duplicação do trecho, a Sanches Tripolini.

A reportagem do Hoje questionou o Dnit se isso é regular e, conforme a nota, o trecho desativado serve como apoio para as obras da duplicação e o material pode sim ser depositado no local.