BRASÍLIA ? Pela segunda vez após a redemocratização, o Senado condenou um presidente da República ao impeachment. Dilma Vana Rousseff, a primeira mulher a comandar o país, foi afastada definitivamente com votos de 61 dos 81 senadores ? boa parte deles ex-aliados, inclusive ministros de seu governo. Assim foi selado o fim de pouco mais de 13 anos de sucessivas gestões do Partido dos Trabalhadores.
No Alvorada, o ex-presidente Lula acompanhou o discurso de despedida da economista que alçou a ministra de Estado e transformou em presidente. Rodeada de militantes e parlamentares que se mantiveram fiéis até o último momento, a agora ex-presidente prometeu fazer ?a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode sofrer?.
Com o afastamento de Dilma, 24 anos após a saída de Fernando Collor, metade dos presidentes eleitos diretamente após o fim da ditadura acabou retirada do cargo. Apesar do duro revés, a petista conseguiu, com o fatiamento da votação da pena, preservar o direito de ocupar cargos públicos, inclusive eletivos.
Às 16h51m, Michel Miguel Elias Temer Lulia tomou posse no Congresso como 42º presidente da República. Em seguida, fez sua primeira reunião ministerial e declarou que sua grande missão nos dois anos e quatro meses que lhe restam é ?colocar o Brasil nos trilhos?. À noite, em cadeia nacional, pediu apoio às reformas previdenciária e trabalhista e às impopulares medidas de contenção de gastos.