O “tirar de giro” e pilotar uma moto é uma paixão de muitas pessoas que tem no veículo também um instrumento de trabalho ou apenas de locomoção e hobbie. Nesta quinta-feira, 27 de julho, é celebrado o Dia do Motociclista, mas em Cascavel a data não tem muito para comemorar, já que neste ano cresceu o número de acidentes e de vítimas fatais sob duas rodas, o que causa preocupação aos órgãos de trânsito.
Para chamar a atenção e buscar sensibilizar este público o Cotrans (Comitê Intersetorial de Prevenção e Controle de Acidente de Trânsito) que promove o PVT (Programa Vida no Trânsito) realiza hoje, das 9h às 11h, uma ação educativa voltada aos motociclistas. A atividade será na Avenida Brasil, em frente à Catedral, na região central da cidade.
De acordo com a presidente do Cotrans, a educadora Luciane de Moura, durante a ação desta quinta-feira estarão abordando os motociclistas e falando sobre a importância do uso correto do capacete e demais itens de segurança, além de passar orientações sobre as normas de segurança no trânsito com entrega de materiais educativos. “Precisamos aproveitar a data e reforçar sempre essa questão da segurança, que envolve não apenas o condutor, mas todas as pessoas que fazem parte do trânsito”, disse Moura.
Para a educadora a preocupação com este público cresceu junto com os acidentes e as mortes. Segundo dados do Cotrans, que acompanha e analisa todos os casos, em 2023, até agora já foram registrados sete óbitos de motociclistas dentro do perímetro urbano e mais quatro nas rodovias no perímetro urbano, um total de 11 vidas perdidas. O número é bem maior do que no mesmo período de 20022, quando foram sete no total, quatro dentro da cidade e três nas rodovias. “Tivemos um aumento bastante considerável no número de mortes e isso é bastante preocupante”, reforçou.
Muitos acidentes
Além disso, cresceu também a quantidade de acidentes envolvendo motocicletas. Nos primeiros seis meses deste ano, foram contabilizados 555 ocorrências, número maior do que no mesmo período do ano passado que foram 520. Por outro lado, houve queda sensível na quantidade de feridos nestes acidentes, sendo que neste ano foram 321 e no ano passado 329. Cascavel tem, atualmente, cerca de 48.804 motos registradas.
Para Luciane de Moura, a preocupação maior continua sendo com a alta velocidade e também com o uso incorreto do capacete, já que na correria do dia a dia os motociclistas acabam não fechando o capacete da forma correta, também deixando a viseira aberta, o que traz sérios danos no momento do acidente. Para se ter ideia, no ano passado todo, das 12 mortes registradas, três delas ocorreram devido ao uso incorreto deste item de segurança tão importante.
Sem habilitação
Outra preocupação que tem crescido também por parte dos órgãos de trânsito é com relação a falta de CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Neste ano das sete mortes registradas até agora, quatro “motociclistas” não tinha habilitação, sendo três deles na cidade e um em rodovia; também chama atenção que uma das vítimas fatais tinha apenas 15 anos de idade. “Trabalhamos sempre buscando zerar os números e para conscientizar para construirmos um trânsito mais seguro e são por meio dessas ações que conseguimos conversar diretamente com as pessoas envolvidas no processo”, explicou.
Paraná lidera implantação do plano que buscar reduzir as mortes no trânsito
Curitiba – A Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) posicionou o Paraná em primeiro lugar no ranking dos estados na implantação do Pnatrans (Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito). O Detran-PR lançou no painel Monitora Pnatrans os resultados de 19 ações já implantadas pela autarquia paranaense. Em seguida, estão os Detrans de Alagoas, com resultados de nove ações, e Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro, com quatro cada.
O Paraná também se destaca no âmbito geral, com o total de 60 ações envolvendo, além do Detran, o Conselho Estadual de Trânsito, o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e os municípios de Curitiba, Cascavel e Londrina. Todas as 60 ações lançadas são baseadas nos seis pilares do Pnatrans. São 23 ações de Educação para o Trânsito, 20 de Normatização e Fiscalização, nove de Gestão de Segurança no Trânsito e oito de Vias Seguras. Nos pilares Segurança Veicular e Atendimento às Vítimas não há ainda ações implantadas no Estado.
O diretor-presidente do Detran-PR e secretário executivo do grupo de trabalho do Pnatrans no Paraná, Adriano Furtado, destacou a posição no ranking. “O Paraná está liderando este processo graças ao engajamento da sociedade e da administração pública em torno do tema. Temos um grupo técnico que estuda ações a serem desenvolvidas no Estado. Temos muito trabalho pela frente, mas estamos no caminho certo”, destacou.
O Paraná foi o primeiro estado a aderir ao Pnatrans, ainda em 2021, e está alinhado com a agenda global de segurança viária. O Plano Nacional tem o compromisso de reduzir em pelo menos 50% as mortes no trânsito brasileiro até 2028, preservando aproximadamente 86 mil vidas neste período. O Monitora Pnatrans foi elaborado para acompanhar a conformidade das obrigações assumidas pelos órgãos e entidades, a fim de firmar o compromisso por um trânsito mais seguro, além de fomentar a transparência na execução das atividades nos estados.
O programa adota o modelo de divulgação de dados com classificação por hierarquização, de forma que são estabelecidos rankings de resultados, os quais fornecerão visibilidade aos órgãos e entidades que tiverem os melhores e os piores desempenhos no cumprimento de suas obrigações.
Foto: Luiz Felipe Max/SOT