RIO – Os depósitos de armamentos do estado deverão ser monitorados por câmeras em alta definição 24 horas por dia. A norma foi determinada por decreto publicado, nesta sexta-feira, pelo governador interino, Francisco Dornelles. A medida é um dos compromissos firmados com a CPI das Armas da Assembleia Legislativa (Alerj), que investiga o desvio de armas das forças de segurança do estado.
Em outubro, O GLOBO revelou que cerca de 50 policiais militares, entre oficiais e praças, são alvo de uma investigação por suspeita de integrarem uma quadrilha que desviou, nos últimos quatro anos, aproximadamente 450 armas de dezenas de unidades da PM. Parte do armamento fuzis, pistolas e revólveres foi parar nas mãos de traficantes.
De acordo com os documentos da comissão, há suspeita de desvio de armas de Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), de unidades especiais, como o Batalhão de Operações Especiais (Bope), dos 39 batalhões do estado e até de uma Companhia Independente da PM, no Palácio Guanabara, em Laranjeiras.
O presidente da CPI, Carlos Minc, afirma que a medida veio em boa hora, já que, no mês passado, 35 pistolas foram desviadas do QG da PM, no Centro.
As câmeras são importantes para evitar esses roubos de armas, que têm sido uma prática reincidente. Nesse caso do desvio do QG, a corregedoria me respondeu em ofício que nem lá havia câmera. Então, imagina como fica a situação nos outros depósitos? afirma o deputado.
O ato do governador determina o monitoramento nas áreas externas e internas dos depósitos para custódia de armas e munição das unidades da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). O texto ainda determina que as imagens sejam salvas em local seguro e preservadas pelo período mínimo de 12 meses.
As câmeras serão dotadas de infravermelho e terão alcance mínimo de 30 metros.
De acordo com a publicação, as despesas para aquisição dos equipamentos serão custeadas pelo orçamento da Seap e da secretaria estadual de Segurança.