BRASÍLIA ? As defesas de executivos da Odebrecht que firmaram acordos de delação premiada pediram ao ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que mantenha sob sigilo os vídeos dos depoimentos prestados pelos seus clientes. Pelo menos 18 pedidos chegaram ao tribunal até agora. Os advogados alegam que a divulgação dos vídeos pode representar excesso de exposição dos delatores. Caberá a Fachin decidir se retira o sigilo apenas a descrição dos depoimentos na forma escrita, sem as imagens.
Os advogados argumentam que a lei da colaboração premiada prevê como direitos do delator ?ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais preservados?. Caso Fachin negue o pedido, as defesas querem que somente os áudios sejam divulgados, mantendo em sigilo as imagens dos depoentes.
A expectativa é de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, envie ao STF nos próximos dias uma lista de inquéritos a serem abertos com base nas delações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht. Foram prestados cerca de 950 depoimentos de 77 delatores. Os indícios detectados contra parlamentares e ministros de Estado devem ficar no STF. Pedidos de investigação contra pessoas sem o direito ao foro privilegiado deverão ser encaminhados à primeira instância do Judiciário.
Cotidiano