HAVANA – Apesar do tom moderado de vários líderes de peso no cenário político global ao prestar condolências pela morte de Fidel Castro, chefes de Estado e de governo anunciaram ontem que não participarão do funeral do ex-líder cubano. Entre eles, os antagonistas Barack Obama (EUA) e Vladimir Putin (Rússia). O evento cerimonial ocorrerá às 19h (hora local) desta terça-feira.
A Casa Branca anunciou que o presidente Obama não irá ao funeral de Fidel, mas defendeu a manutenção da reaproximação entre os países. funeral
? Qualquer medida para reverter a normalização das relações ao longo dos últimos dois anos significaria um baque econômico para os cidadãos cubanos ? disse o porta-voz Josh Earnest.
Líderes republicanos, como os senadores conservadores de origem cubana Marco Rubio e Ted Cruz, haviam criticado um comunicado de Obama declarando que “a História julgará o enorme impacto de Fidel no mundo” e pediram que ele não voltasse à ilha. O ex-presidente da Câmara Newt Gingrich disse também que os EUA não deveriam enviar qualquer funcionário do alto escalão. Não foi definido o representante.
Principal rival de Obama, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, também não vai participar do funeral, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. Peskov disse que Putin está com a agenda cheia, se preparando para um grande discurso. Vyacheslav Volodin, aliado próximo a Putin e presidente da câmara baixa do Parlamento, irá liderar a delegação russa para o funeral em Cuba.
Outra figura de peso no cenário mundial, o premier canadense, Justin Trudeau, disse que ficará em seu país. Após dizer que Fidel “havia sido um líder extraordinário”, ele foi muito criticado por opositores.
Já a delegação espanhola não será representada pelo rei Felipe nem pelo presidente do governo, Mariano Rajoy. O rei abdicado Juan Carlos liderará uma comitiva. O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, decidiu ir em pessoa.
Na América Latina, onde os principais líderes de esquerda no poder ? em Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua ? confirmaram presença, o Brasil decidiu enviar o chanceler José Serra e o ministro da Cultura, Roberto Freire. Da Argentina, a chanceler Susana Malcorra representará o governo de Mauricio Macri.