Cotidiano

Da cor de Tulum

CANCÚN, México – Esqueça a recepção do Homem-Aranha pendurado no teto do aeroporto de Cancún, se você estiver indo para Tulum. Conhecida como a região mais alternativa da Riviera Maya ? já chegou a ser chamada de cidade hipster ? Tulum, que fica a 131km ao sul de Cancún, tem um perfil menos comercial. Não pense na correria de roteiros super programados. É hora de ver pelicanos mergulharem na água do mar bem na sua frente. Sem olhar para o relógio. De alugar uma bicicleta, percorrer lojinhas de artesanato muito, muito colorido.

Quem escolhe um dos charmosos restaurantes da Carretera Tulum Boca Paila, parelela à praia, fica entre o mar e uma gigantesca área verde. Escondidos na vegetação característica da região ? bosque semitropical seco ou mangue baixo ? encontram-se numerosas redes de grutas e galerias subterrâneas cheias d?água: os chamados cenotes. Estes são uma das principais atrações do turismo de aventura da região. Os hotéis buscam proporcionar uma integração maior de seus hóspedes com a natureza. Muitos têm suas áreas de convivência à beira da praia: é pé na areia.

Na única parte alta da costa, e literalmente à beira do mar, erguem-se edificações que remontam à idade áurea da antiga cidade maia, que foi Tulum. Conhecer a zona arqueológica e, em seguida, dar um mergulho no mar é um passeio tradicional para os turistas que circulam por Cancún e pelas cidades que se distribuem por toda a chamada Riviera Maya, região que se estende entre Puerto Morelos e Punta Allen.

Dos cenotes às ruínas

Cenotes são cavidades naturais, que conectam a superfície da terra a áreas alagadas subterrâneas. Alguns formam grandes piscinas, mas o maior número deles cria locais abrigados e não necessariamente tem qualquer água de superfície exposta. Os cenotes LabnaHa oferecem as duas versões.

No passeio em Tulum, no meio da mata, o visitante chega a uma casa de madeira onde veste roupas de banho e ganha um colete e uma máscara de mergulho. Hora de descer para a gruta. A água límpida é iluminada por dois feixes de luz que vêm de duas aberturas no teto da gruta, além das lanternas dos guia que acompanham os turistas na água.

Escuridão subterrânea

Com a máscara, pode-se ver as formações rochosas submersas e até correntes d?água. É uma viagem aos subterrâneos. O guia nos leva de galeria em galeria por passagens muitas vezes estreitas. Eventualmente, a aventura ganha a participação dos morcegos pendurados nas rochas. O grand finale se dá quando o guia pede silêncio e apaga a lanterna. Cada um busca sua sintonia com a escuridão no fundo da caverna, mergulhado na água, cada vez mais fria.

Mas em Tulum também há cenotes em área aberta. São várias piscinas naturais, e a diversão é diferente em cada uma delas. Depois de três tirolesas, por exemplo, retorna-se à base remando uma canoa de dois lugares. Já por pequenas trilhas, chegamos a duas piscinas para mergulho. Pula-se do alto de uma pedra ou nos soltamos de uma corda. Para os mais comedidos, há sempre um deque para mergulhos mais tranquilos. A transparência de uma das piscinas impressiona. Espreguiçar-se no deque sob o sol e mergulhar em águas cristalinas formam um programa de sonhos para se curtir por horas a fio.

Os cenotes ? ou dzonots, termo que, em maia, significa buraco no solo ou poço ? eram muito importantes para a civilização maia. Além de serem fontes de água, eram utilizados em rituais de sacrifício. Mas um cenote de ritual não era usado para abastecimento de água.

Ruínas maias à beira-mar

O sítio arqueológico de Tulum, antiga cidade maia rodeada por muralhadas ? tulum significa barreira ou parede ? fica a um quilômetro de um centrinho comercial que reúne muitas lojinhas e artistas de rua e onde chegam carros e ônibus. Se você não chegou muito cedo, melhor deixar as compras para depois, pois o calor que faz nas ruínas é muito forte, mesmo estando à beira-mar.

Do estacionamento até a entrada do sítio, pode-se ir a pé ou no trenzinho. A entrada para a área das ruínas é feita através de um túnel estreito por onde se passa em fila: um de cada vez. Ao fim do túnel, o visitante é ofuscado pela claridade. E novo panorama se descortina: uma grande área plana de grama verde e poucas árvores se estende à frente, e surgem as edificações maias. A sensação é de se estar em outra época. O contraste do cinza das pedras com o azul intenso do céu impressiona.

Depois de percorrer caminhos de terra e pedrinhas, sob sol forte, o visitante se vê à beira de um penhasco. Lá embaixo o mar azul-turquesa. Antes de descer feliz a escada de madeira que leva até a areia, pare e contemple o cenário. A faixa de areia é estreita, e os visitantes colocam seus pertences nas pedras. A água é tão transparente e irresistível que há quem mergulhe de bermuda e camiseta (ou o que estiver vestindo). Mas sob aquele sol, secar a roupa não é problema.

Câmera à prova d?água sob comando de voz

As fotos dessa reportagem foram feitas com a câmera Hero5 Black, lançamento recente da GoPro ? com a Hero5 Session e o drone Karma. A Hero5 é à prova d?água, dispensando a caixa estanque. Isso aumenta a liberdade para se aventurar em terra e na água. Uma caixa estanque a menos significa mais espaço para os muitos acessórios desse equipamento, que se habituou a situações inusitadas. Se a câmera proporciona enquadramentos não antes imaginados para quem pratica esportes radicais, a simplicidade de se ter tudo em uma única peça a torna uma câmera de fácil uso. Sobretudo porque, agora, a tela traseira é touch e tem comando de voz. Sim, obedece à voz para mudar de função. É divertido e funciona. Para fotógrafos que precisam de resultado com maior qualidade, a opção de captura de imagem em formato RAW é boa notícia.

Mônica Imbuzeiro viajou a convite da GoPro