BRASÍLIA – A pressão para que o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), renuncie à Presidência da Câmara se intensificou depois do relatório apresentado pelo deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF), na Comissão de Constituição e Justiça da Casa. A situação de Cunha piorou muito, segundo os aliados mais próximos, que tentam convencê-lo de que a única maneira de salvar seu mandato seria ele deixar a presidência da Casa. Nos bastidores, aliados voltaram a dizer que Cunha poderá renunciar ainda no dia de hoje.
No final da noite de ontem, depois que o governo sofreu uma importante derrota no plenário da Câmara, com a rejeição do requerimento de urgência do projeto que trata das dívidas dos estados com a União, líderes do Centrão se reuniram para traçar uma estratégia de atuação que garanta a eleição de um novo presidente da Casa, capaz de conduzir as votações importantes para o Executivo. Muitos comentavam que o deputado Fernando Giacobo (PR-PR) errou ao dar pouco tempo para que a votação nominal se processasse, mas também virão recados da base ao Planalto.
O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE) está reunido na manhã de hoje com o presidente interino Michel Temer. O tema do encontro não foi divulgado. Segundo líderes aliados, a avaliação é de que a situação de Cunha piorou muito e que, se a votação na CCJ de seu recurso fosse hoje, ele seria derrotado. A renúncia seria uma tentativa de fazer com que aliados e o próprio governo Temer ajudassem a aprovar o recurso na CCJ, ganhando tempo, para trabalhar também a votação no Conselho de Ética e jogar para meados do próximo semestre a votação em plenário.
O GLOBO tentou contato com Eduardo Cunha, mas ainda não obteve a resposta.