Cascavel – Mesmo sem estar finalizada, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga supostos desvios de recursos públicos na contratação de empresas responsáveis pela limpeza das fossas das escolas municipais, apresenta resultados na prática.
Quando a investigação foi iniciada, há menos de três meses, 34 escolas municipais e 19 Cmeis não eram integrados à rede de esgoto. De acordo com o vereador Misael Pereira Júnior (PSC), que preside a CPI, em pouco mais de dois meses 26 escolas foram conectadas ao sistema de esgoto. “Só restam uma escola no [bairro] Santos Dumont, outra no Interlagos e a dos distritos”, relata o parlamentar.
Em 2013, a prefeitura firmou contrato com uma empresa para fazer o trabalho de limpeza das fossas das escolas por R$ 554,8 mil e, apesar do valor elevado, ainda teve aditivo de R$ 138,7 mil. O alto custo levou o vereador Celso Dal Molin a iniciar um processo de investigação que culminou com a criação da comissão, que ficou conhecida como CPI das Fossas.
Neste ano, segundo Misael, a prefeitura gastou pouco mais de R$ 6 mil com o serviço, o que demonstra uma economia gigante se for levado em consideração que o contrato de meio milhão de reais firmado em 2013 era para o período de um ano.
Depoimentos
Na manhã de ontem, a CPI das Fossas ouviu o gerente regional da Sanepar, Renato Mayer Bueno, e a ex-diretora financeira da Secretaria de Educação Marcia Palandrini Maioli. A ex-gerente financeira da Secretaria de Educação Maria Onira dos Santos não compareceu. Segundo Misael houve problema na hora de entregar o ato convocatório a ela, mas a CPI não pretende chamá-la novamente.
Misael avaliou como “produtivos” os dois depoimentos de ontem, principalmente porque a Sanepar também se comprometeu a mudar o controle das cargas de resíduos que recebe das empresas especializadas em recolher dejetos de fossas. Hoje o trabalho não é informatizado.
Os vereadores têm até o dia 22 de agosto para entregar o relatório final da CPI. A comissão tinha, por determinação do Regimento Interno, 60 dias para concluir os trabalhos, mas optou por pedir a prorrogação do prazo por mais 30 dias. Até o momento foram ouvidas 25 testemunhas e feitas inúmeras visitas às escolas e centros municipais de educação infantil.