ALEPPO ? O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta segunda-feira o rápido envio de observadores internacionais a Aleppo para monitorar as operações de retirada das zonas controladas por rebeldes e informar sobre a situação dos civis na cidade síria. O projeto apresentado pela França foi aprovado por unanimidade, no primeiro sinal de unidade entre as potências mundiais sobre a grave guerra civil na Síria em meses. Segundo a Turquia, 20 mil pessoas já deixaram a cidade, enquanto ônibus e ambulâncias trabalham para levar os moradores de Aleppo para outras zonas controladas por insurgentes.
A resolução pede que a ONU conduza uma supervisão adequada, neutra e direta da retirada de civis no Leste de Aleppo ? praticamente todo reconquistado pelas tropas do governo sírio ? e em outros distritos da cidade. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, defendeu a adoção de medidas urgentes para permitir que os observadores possam verificar o bem estar da população e consultar as partes interessadas sobre o envio de observadores.
O embaixador francês François Delattre disse que a presença internacional impedirá que em Aleppo se repita um massacre das proporções daquele que ocorreu em 1995 em Srebenica ? quandom milhares de homens e meninos foram massacrados durante a guerra dos Bálcãs. No entanto, continua incerto se o governo sírio permitirá o acesso dos observadores a Aleppo.
? Este é um ponto de partida ? disse Delattre. ? Estaremos muito atentos, muito atentos.
O secretário-geral deverá informar o Conselho de Segurança dentro de cinco dias sobre o acesso concedido pelo governo sírio, que já bloqueou diversas vezes a chegada de ajuda humanitária das Nações Unidas.
Nesta segunda-feira, mais de 5 mil pessoas foram retiradas do último reduto rebelde do Leste de Aleppo. A bordo de 75 ônibus, eles foram levados à localidade de Khan al Assal, controlada por rebeldes. Enquanto isso, cerca de 500 pessoas puderam abandonar as cidades xiitas de Fua e Kafraya na província vizinha de Idlib.