Cotidiano

Consamu quer assumir o hospital de Cascavel

Cascavel – O diretor-geral do Consórcio Intermunicipal – Samu/Oeste, José Peixoto da Silva, esteve ontem no plenário da Câmara de Cascavel para falar sobre a atual situação administrativa, financeira e operacional do consórcio e o repasse de recursos financeiros por parte do Município de Cascavel e dos demais municípios consorciados. O convite foi feito pelos vereadores Jaime Vasatta (Podemos) e Policial Madril (PMB).

Um dos problemas, disse Peixoto, é a falta de leitos de retaguarda, “que possam atender partos, pequenas cirurgias e intervenções que não deveriam ser encaminhadas ao Hospital Universitário, por exemplo”.

Nesse caso, entraria o Hospital Municipal de Cascavel, previsto para funcionar na estrutura do antigo Hospital Santa Catarina, já desapropriado pelo Município. A sugestão de Peixoto é que o Consamu assuma a gestão do hospital e que a conta seja dividida com outros municípios que usarem o serviço, pois ele já prevê o encaminhamento de pacientes de fora.

Ainda no fim de março o então ministro da Saúde, Ricardo Barros, havia garantido a liberação de R$ 11,5 milhões para a reforma do hospital, mas, por enquanto, não há previsão do início das obras. Antes, a estrutura vai abrigar a UPA Brasília, que passará por reformas, para somente então iniciarem os trabalhos de transformação para o hospital municipal, que vai contar prioritariamente com leitos de retaguarda.

Estrutura

Outro problema apresentado por Peixoto é a situação das viaturas: de uma frota de 26 viaturas, 20 estão com seis anos ou mais de uso, ou seja, já deveriam terem sido substituídas para atender as exigências do Ministério da Saúde, que determina que “apenas as ambulâncias que tenham sido habilitadas há cinco ou mais – e que não tenham sido renovadas neste período – serão passíveis de renovação”.

“Considerando que esse consórcio funciona 24 horas por dia, de uma forma ininterrupta, as viaturas acabam sofrendo muito desgaste devido à grande quantidade de atendimentos, necessitando de manutenções frequentes, e fazendo com que o custo da manutenção da frota se torne elevado”, destacou o diretor.

Além disso, a promessa do ex-ministro da Saúde Ricardo Barros de liberar novas ambulâncias não foi cumprida após sua saída, no início de abril, e o Consamu depende agora do governo do Paraná.

O que é o Consamu

O Consamu entrou em operação em novembro de 2013 com a finalidade de executar ações e serviços na área de regulação das urgências, transporte de pacientes graves e atendimento pré-hospitalar que estejam ligados à Política Nacional de Atenção às Urgências do SUS.

Compõem o Consórcio 43 municípios e uma população de mais de 930 mil habitantes da região oeste do Paraná. Além de Cascavel, funcionam outras 15 bases descentralizadas, 28 unidades móveis de urgência, sendo 19 unidades móveis de suporte básico, seis unidades móveis de suporte avançado, uma unidade de serviço aeromédico (helicóptero), uma motolância e um veículo de intervenção rápida.

Entre novembro de 2013 e abril de 2018 foram reguladas pelos médicos do Consamu 292.342 ligações de pacientes pelo telefone 192 e 25.415 apenas em 2018, sendo proporcionado o atendimento de orientação médica, ambulâncias e outros recursos. Até o mês de abril de 2018, o helicóptero do Consamu fez 1.539 atendimentos. O Consamu possui 623 profissionais, sendo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e servidores administrativos.

As despesas de custeio mensal do componente Samu 192 são de responsabilidade compartilhada, de forma tripartite, entre a União, os estados e os municípios, na seguinte proporção: 50% da despesa de responsabilidade da União; 25% da despesa para o Estado e 25% para o município.