BRASÍLIA – O plenário do Congresso Nacional adiou a votação do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2017. A proposta prevê um déficit primário de R$ 139 bilhões para o governo central, composto pelos resultados do Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social. Se considerados estados, municípios e estatais, o rombo sobe para R$ 143 bilhões, o equivalente a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB).
MACROECONOMIA 0208Mais cedo, os parlamentares da Comissão Mista de Orçamento analisaram 257 destaques para liberar o texto para a votação em plenário ainda hoje. O parecer elaborado pelo relator, senador Wellington Fagundes (PR/MT), favorável aos números do governo já havia sido aprovado em julho. Apesar de manter o desenho da União, o texto base da LDO sofreu algumas mudanças pelo relator.
Ele ampliou, por exemplo, as emendas impositivas das bancadas regionais e incluiu no texto um dispositivo que proíbe o governo de incluir no detalhamento da LDO, que será enviado este mês, impostos que não tenham sido aprovados pelo governo. Entre os destaques aprovados nesta terça-feira, um dos mais importantes tem potencial de aumentar as despesas obrigatórias da União com Saúde, apesar dos esforços da equipe econômica para manter esses gastos equilibrados no ano que vem.
Ao contrário do projeto original, que prevê que a despesa com Saúde em 2017 seja o equivalente ao mínimo constitucional de 2016 mais a inflação, o destaque aprovado prevê que o governo terá que repassar para a pasta o equivalente ao gasto este ano, corrigido pela inflação. O problema é que as despesas em 2016 estão muito superiores ao mínimo constitucional, o que obrigará a União a gastar muito além do planejado com essa rubrica.
O presidente da CMO, Arthur Lira, afirmou que esse destaque foi discutido com a equipe econômica e tem o aval do governo:
– Tudo o que foi aprovado na CMO hoje tem a concordância do governo.