RIO – Após três anos seguidos de queda em sua produção, a indústria brasileira começou 2017 com um tom mais otimista, com alta na confiança. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas subiu 4,3 pontos em janeiro, para 89,0 pontos, o maior nível desde maio de 2014 (92,2 pontos).
O movimento foi classificado como uma alta expressiva pelo economista Aloisio Campelo Junior, superintendente de Estatísticas Públicas da FGV/IBRE, que vê influência da trajetória de queda dos juros:
?Com a alta expressiva de janeiro, o ICI recupera o terreno perdido após setembro, quando o desapontamento com a evolução dos negócios no segundo semestre interrompeu a tendência de alta que vinha sendo observada no ano passado. O setor parece estar reagindo a uma combinação de aceleração da produção no final do ano e do ritmo de queda dos juros a partir de janeiro?, diz Campelo em comunicado.
Segundo a FGV, 15 dos 19 segmentos da indústria pesquisados tiveram aumento na confiança. A melhora na avaliação da situação foi tanto em relação ao futuro quanto ao presente. O Índice de Expectativas (IE) avançou 4,7 pontos, para 91,0 pontos, e o Índice da Situação Atual (ISA) subiu 3,8 pontos, para 87,0 pontos.
A expectativa para o pessoal ocupado nos próximos três meses foi o indicador que mais influenciou positivamente no resultado, ao avançar 7,4 pontos, para 89,2 pontos. Com isso, recuperou a perda acumulada de 6 pontos nos cinco meses anteriores. A parcela das empresas que projetam aumento de pessoal aumentou, mas ainda é de apenas 14,1% do total.
A indústria dá sinais de alguma melhora, mas seu patamar de produção se mantém perto do pior nível já registrado. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) atingiu 74,6% em janeiro, 1,7 ponto percentual acima de dezembro, quando havia sido registrado o patamar mínimo histórico para a série iniciada em 2001.