CURITIBA – Os dois principais sócios do Grupo Schahin foram condenados pelo juiz Sérgio Moro a nove anos e 10 meses de prisão por gestão fraudulenta de instituição financeira e corrupção ativa, mesma pena que coube ao pecuarista José Carlos Bumlai, por ter retirado empréstimo em nome dele para o PT, no valor de R$ 12 milhões, que acabou sendo pago com recursos de corrupção da Petrobras. O Banco Schahin fechou um contrato de U$ 1,6 bilhão para operar o navio -sonda Vitória 10000 e deu o empréstimo como quitado, simulando que Bumlai teria dado em pagamento embriões bovinos.
A pena é igual, mas os dois irmãos, que já acumulam um histórico de rivalidade familiar, não serão presos juntos. Um deles, Salim Schahin, assinou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e será beneficiado com prisão em regime aberto por quatro anos, devendo permanecer em casa em recolhimento noturno e nos fins de semana, com prestação de serviços comunitários por 20 horas semanais. Ele deve permanecer com tornozeleira eletrônica. Depois deste período, ele terá apenas de apresentar relatório de atividades à Justiça semestralmente.
Milton Schahin, que não assinou acordo de delação, deverá cumprir a pena em regime fechado. O juiz Sérgio Moro afirmou que os fatos que ele admitiu durante o processo já tinham sido revelados pelo irmão dele, Salim Schahin, e por outro delator, Eduardo Musa.
O filho de Milton, Fernando Schahin, herdeiro do grupo, foi condenado por corrupção ativa e deverá cumprir cinco anos e quatro meses de reclusão em regime semiaberto. Ele também não assinou acordo de delação.
O advogado de Milton e Fernando Schahin, Guilherme San Juan, afirmou que a defesa respeita a decisão do juiz e assim que for notificada vai avaliar a possibilidade de recorrer da sentença.