RIO ? Uma comissão papal encarregada de estudar o papel das mulheres diáconos nos primeiros anos do cristianismo reuniu-se esta sexta-feira pela primeira vez, suscitando a esperança entre os reformistas sobre um possível ingresso das mulheres no clero católico.
De acordo com as normas atuais, somente homens podem ser sacerdotes ou diáconos na Igreja Católica. Estes últimos são eclesiásticos que podem pronunciar sermões ou oficializar batismos, bodas e funerais, mas que não ouvem confissões de fiéis nem dão a comunhão, tarefas reservadas aos sacerdotes.
A comissão, que inclui seis mulheres entre seus 13 integrantes, se encarregará de estudar se as mulheres atuarão habitualmente como diáconos no primeiro período do crianismo. Elas querem assumir um papel mais importante na Igreja, da mesma forma como ocorria séculos atrás. Já os membros conservadores do clero mostram receio com a mudança, que poderia possibilitar, no futuro, a ordenação de mulheres no sacerdócio.
Durante muitos anos, o título de diácono era considerado uma etapa anterior à ordenação de padre.
A equipe formada pelo Papa Francisco em agosto, dividida entre as duas facções, não deve chegar a conclusões ao término do encontro de dois dias. O Pontífice formou a comissão a pedido das mulheres de ordens religiosas, que são muito mais numerosas do que monges e padres. Francisco, no entanto, negou elas o sacerdócio, seguindo a doutrina estabelecida pela Igreja nos últimos séculos.