Toledo – Com campanhas de Natal na rua e já em evidência em suas páginas na internet, as associações comerciais das maiores cidades da região apostam em prêmios, em ações sozinhas ou em parceria com a Faciap (Federação das Associações Comerciais do Paraná), para atrair clientes neste fim de ano depois de um 2018 sem a recuperação econômica desejada.
O índice de comprometimento da renda bastante elevado, indicando que 89,1% das famílias paranaenses estavam endividadas em agosto, segundo Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, lojistas sabem que o Natal pode até não ser de presentinhos e lembrancinhas, mas que isso poderá custar caro para o comerciante que não apertar o cinto na hora de oferecer crediário próprio.
“O foco está no consumo e na venda conscientes. Não adianta vender para não receber porque isso também coloca o lojista em situação delicada. O objetivo é vender, mas de forma segura, que todas possam pagar e todas recebam”, reforça o vice-presidente do Sindilojas (Sindicato dos Lojistas e do Comercio Varejista de Cascavel e região Oeste do Paraná), Leopoldo Furlan.
O comércio ainda não tem projeções percentuais de crescimentos nas vendas, mas o esperado é de que este Natal seja, ao menos, melhor que o passado.
Por outro lado, não há indicativos de que as equipes serão aumentadas nas chamadas vagas temporárias. Nenhuma agência oferece vagas para o fim de ano ainda. Para Furlan, o comerciante ainda vai sentir a real necessidade disso e se for preciso contratar, o fará somente em novembro.
Estoques preparados para ganhar vitrines
Enquanto as vitrines ainda estão abarrotadas com brinquedos, indicando a aproximação do Dia das Crianças, em 12 de outubro, nos estoques, principalmente de quem vende produtos de decoração para o Natal, itens alusivos à data aguardam para colorir as vitrines em pouco mais de 15 dias. Os artigos deverão dividir espaço com as flores para Finados, que é celebrado em 2 de novembro. A aposta está na antecipação das ofertas das decorações, para ir criando um espírito natalino e quem sabe estimular o aumento das vendas.
Na prática, lembra o economista Alexandre Dias, o comerciante precisará de mais do que determinação para emplacar negócios extraordinários no fim de ano: “Isso vai depender daquele fator que bem conhecemos, se vai sobrar dinheiro do 13º salário para as compras. Por regra sempre é indicado guardar uma parcela desse dinheiro para comprar presentes numa data tão especial para a família, mas se as dívidas estiverem apertando, com pagamentos de juros elevados, o ideal é quitar as pendências e só consumir se de fato tiver de onde tirar o dinheiro para pagar evitando cair na lista dos inadimplentes logo no início do ano que vem”, ressaltou.
Só para recordar, a primeira parcela do 13º salário será paga para trabalhadores com carteira assinada no regime CLT (Convenção Coletiva de Trabalho) em pouco mais de 60 dias, até 30 de novembro, e a segunda parcela até 20 de dezembro. Ainda não há projeção de quanto o recurso extra representará na economia regional.
O Natal já chegou aos supermercados
Ainda faltam quase três meses para a data, mas nos supermercados o Natal também está chegando. Os panetones tomam conta nas grandes redes e a guloseima típica natalina já está disponível em gôndolas centrais e em pontos de destaque.
“Panetone é um produto que hoje temos disponível no mercado o ano todo, principalmente os de fabricação própria, mas já recebemos carregamentos para o fim de ano, quase tudo, na verdade. Como vende bem, já estão disponíveis aos consumidores”, conta o gerente de uma grande rede de supermercados de Cascavel Dario Pereira.
Parte deles ainda deverá chegar nas próximas semanas e em 15 dias receberão as aves natalinas. Neste ano, a compra foi em torno de 7% maior que em 2017. “No ano passado faltou um pouco de aves, então resolvemos comprar mais, mas se vender como no ano passado já está bom”, afirma.
A seção de espumantes também receberá um estoque de reforço nos próximos dias com tendência de a bebida também vender mais desta vez. “Em poucos dias todos os artigos natalinos estarão à disposição dos clientes, assim como os panetones. As pessoas gostam de vê-los nas lojas, mesmo que por curiosidade. As vendas mesmo se intensificam na reta final, mas eles despertam a curiosidade”, reforçou.