BRASÍLIA. Graças ao reforço dado aos cofres do governo pelo programa de repatriação, as contas públicas melhoraram seu desempenho em outubro. O Ministério da Fazenda informou, nesta sexta-feira, que o governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrou superávit primário de R$40,8 bilhões no mês. No mesmo período do ano passado, o resultado foi negativo em R$ 12,1 bilhões. O valor é o melhor já registrado para outubro desde o início da série histórica, em 1998.
No acumulado do ano, no entanto, o governo central ainda está no vermelho. Entre janeiro e outubro, o resultado é um déficit primário de 55,8 bilhões. Neste caso, o número é o pior já observado na série histórica. Em 2015, o saldo negativo até outubro era de R$ 32,9 bilhões.
Com a repatriação, que injetou R$ 45,1 bilhões no caixa em outubro, a equipe econômica chegou mais perto de cumprir a meta fiscal de 2016, fixada num déficit primário de R$ 170,5 bilhões.
No período acumulado em 12 meses, o rombo das contas é de R$ 166,7 bilhões. No entanto, esse número engloba R$ 55,6 bilhões do pagamento das pedaladas fiscais (atrasos nos repasses do Tesouro para bancos públicos), que ocorreu em dezembro de 2015 e não vai se repetir esse ano. Se esse valor foi retirado da conta, o déficit em 12 meses está em R$ 84,6 bilhões.