AMSTERDÃ ? Na véspera das suas eleições legislativas, a Holanda se vê envolvida em uma crise diplomática com o governo da Turquia, cujas trocas de ataques verbais ofuscam a votação de quarta-feira. O avanço da plataforma de extrema-direita do candidato Geert Wilders está em jogo, enquanto o primeiro-ministro Mark Rutte, que disputa pela terceira vez, tenta controlar o impacto das agressivas acusações e ameaças do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. Pesquisas sugerem que a disputa está acirrada.
Os dois rivais holandeses se encontraram na segunda-feira em um intenso debate e apresentaram visões diferentes sobre o futuro do país, enquanto cerca de 60% dos eleitores permanecem indecisos.
A guerra de palavras com o presidente turco deu substrato para Wilders e sua intransigente posição anti-imigração.
Erdogan chamou os Países Baixos de “resto nazista” e disse que o país deve enfrentar sanções por barrar os ministros turcos em Roterdã.
? Você está sendo tomado como refém por Erdogan. Feche as fronteiras holandesas ? disse Wilders a Rutte, quando os ânimos explodiram no debate televisivo de 30 minutos.
? Essa é uma solução totalmente falsa. Você quer o Nexit, você quer a Holanda fora da Europa. Você sabe o que vai custar… não faça isso ? respondeu Rutte, fazendo referência ao Brexit, processo de saída do Reino Unido da UE.
Wilders, que diz estar em uma missão contra a “islamização” do país, prometeu fechar as fronteiras holandesas aos imigrantes muçulmanos, fechar mesquitas e proibir as vendas do alcorão. Ele também quer seguir os britânicos e retirar o país da União Europeia.