RIO ? A chuva pode atrapalhar a observação do eclipse parcial do Sol que será visível em boa parte do Brasil entre o fim da manhã e o início da tarde deste domingo de carnaval em algumas áreas do país, o Rio inclusive. De acordo com prognóstico feito na tarde de sexta-feira pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe), quase todo Sudeste e Centro-Oeste deverão ter tempo instável, com mais nebulosidade e, portanto, prováveis condições piores de visão do fenômeno, em especial no Mato Grosso, Goiás, centro-sul de Minas Gerais, boa parte de São Paulo e Sul do Rio de Janeiro. Já a expectativa para as regiões Sul e Nordeste, além do Norte dos estados de Minas, do Rio e todo Espírito Santo, é de tempo mais seco e com pouca nebulosidade.
– Isto deverá fazer do clima mais favorável para acompanhar o eclipse nestas regiões – disse Diogo Arsego, meteorologista do CPTEC/Inpe.
Arsego, no entanto, destaca que ainda há boas chances de cariocas e outros moradores do Sudeste e Centro-Oeste poderem ver o eclipse solar com tranquilidade. Isso porque as chuvas previstas deverão ser aquelas pancadas típicas de verão, concentrando-se entre o fim da tarde e começo da noite. E, de acordo com cálculos da Nasa, no Rio de Janeiro, por exemplo, o fenômeno terá início por volta das 10h10, atingindo o máximo às 11h40, quando cerca de 43% do Sol estarão encobertos, e terminar 13h11. Já em Porto Alegre, a ocultação chegará a um máximo de quase 57% às 11h11, enquanto no Recife não passará dos 16% às 12h30.
Quem quiser ver o eclipse deve também estar atento a algumas recomendações de segurança fundamentais. Os especialistas lembram que nunca se deve olhar diretamente para o Sol, ainda mais com algum tipo de instrumento, como binóculos, sob o risco de cegueira permanente. Óculos escuros e filmes de raios-X velados também não são suficientes para evitar danos aos olhos em mais do que breves olhares de relance, o que só acontece com o uso de filtros especiais. Segundo eles, a melhor forma de acompanhar um eclipse solar é fazer uma projeção do fenômeno num anteparo. Para saber como fazer isso, aconselha-se a seguir as recomendações deste site: http://www.geocities.ws/naelton/eclipse.htm
Os eclipses solares ocorrem por uma coincidência cósmica que faz a Lua e o Sol parecerem ter diâmetros praticamente iguais no céu, embora os dois objetos tenham tamanhos muito diferentes: enquanto nossa estrela tem um raio de quase 700 mil quilômetros, o satélite tem um raio de apenas pouco mais de 1,7 mil quilômetros. Mas a Lua está a uma distância média de cerca de 384 mil quilômetros de nosso planeta, enquanto o Sol fica a uma média de quase 150 milhões de quilômetros.
Como a Terra acabou de passar em janeiro pelo periélio, isto é, o ponto de maior aproximação do Sol na sua órbita anual, e a Lua está perto do chamado apogeu, a posição de sua órbita mais distante de nosso planeta, o disco do satélite parece um pouco menor que o da estrela. Assim, este eclipse é de um tipo conhecido como anular, e na estreita faixa que a Lua vai parecer encobrir o máximo do Sol ? que corta o Sul do Chile e da Argentina, o Oceano Atlântico Sul e termina no Sul da África ? sobrará um ?anel de fogo? da borda de nossa estrela, daí o seu nome.