PEQUIM – A revogação do Plano de Energia Limpa nos Estados Unidos, pelo presidente americano, Donald Trump, não vai mudar o curso de políticas internacionais de contenção às mudanças climáticas, indicaram líderes da União Europeia e China. Em declarações algumas horas após a assinatura da ordem executiva por Trump, representantes destes importantes signatários do Acordo de Paris ? ratificado por 141 países ? defenderam a continuidade do tratado, considerado um marco na mobilização mundial pelo meio ambiente. trump
Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lu Kang disse, nesta quarta-feira, que conter as mudanças climáticas é um “desafio encarado por todos os seres humanos” e que Pequim está comprometido a cumprir suas metas determinadas pelo acordo.
A China é o maior emissor mundial de poluentes relacionados ao aquecimento global, mas vem se destacando como uma das principais lideranças no esforço de conter as emissões de poluentes. O país se comprometeu a limitar o uso de carvão e a reduzir a produção de dióxido de carbono a cada unidade de produção industrial.
Já Miguel Árias Cañete, comissionário para Ações Climáticas da União Europeia, lamentou a decisão de Trump.
“Nós lamentamos que os Estados Unidos estejam recuando do pilar principal de sua política climática. Agora, resta esperar para ver como o país planeja cumprir seus compromissos no Acordo de Paris”, afirmou Cañete.
“A liderança continuada da União Europeia, da China e de outras grandes economias é agora mais importante do que nunca. Nós vamos ficar de pé por Paris, vamos defender Paris, e vamos implementar Paris”, completou. Info – Plano de Energia Limpa
Trump já fez algumas afirmações contrárias ao Acordo de Paris mas, de acordo com regras do Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC), os Estados Unidos não poderão abandonar o tratado nos próximos quatro anos.
A reafirmação dos compromissos com políticas ambientais não veio, porém, apenas do exterior. Internamente, governadores democratas da Califórnia, Jerry Brown, e de Nova York, Andrew Cuomo, afirmaram que seus estados continuarão mobilizados, independentemente da decisão do governo federal.