Cotidiano

Chanceleres de EUA e Argentina discutem crise no Mercosul

BUENOS AIRES – A crise do Mercosul foi discutida nesta quinta-feira em encontro entre o secretário de Estado americano, John Kerry, e a chanceler argentina, Susana Malcorra, em Buenos Aires. Após a reunião, ambos disseram estar “profundamente preocupados” pela Venezuela e defenderam a necessidade de que o governo do presidente Nicolás Maduro restaure “uma genuína democracia” em seu país.

— Falamos muito sobre a Venezuela hoje, temos uma profunda preocupação — declarou Kerry, em coletiva na chanceleria argentina.

O secretário de Estado americano não quis comentar a disputa em torno à Presidência Pro Tempore do Mercosul e deixou os comentários sobre a briga interna para Malcorra.

— Nos preocupa que esta crise se projete para fora do Mercosul e afete acordos externos, por exemplo, com a União Europeia — apontou a chanceler do governo Mauricio Macri.

Malcorra afirmou que no encontro desta quinta, em Montevidéu, entre negociadores e técnicos do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, “serão procuradas opções” para superar a crise. A Casa Rosada insiste em se opor, como Brasil e Paraguai, a que a Venezuela assuma a presidência do bloco. Já Caracas se mantém firme em defender o calendário oficial do Mercosul, que estabelece a troca de presidente a cada seis meses, por ordem alfabética.

Em meados de 2016 era a vez da Venezuela. No entanto, os três governos — o Uruguai é o único que aceitaria uma presidência venezuelana — afirmam que o governo Maduro não pode assumir porque não incorporou mais de 100 protocolos do bloco, entre eles os que estabelecem compromissos em matéria de democracia e direitos humanos.

— Não queremos que esta situação afete o posicionamento do Mercosul diante de outros blocos e mercados — insistiu Malcorra.