Ao menos 11 municípios da 10ª Regional não registram casos no atual ciclo
Cascavel – Os dados ainda são preliminares e só devem ser concluídos na próxima semana, mas o fim do ciclo epidemiológico 2016/2017, que se encerra no dia 31 de julho, revela informações importantes à 10ª Regional de Saúde de Cascavel. Os casos de dengue, zika vírus e Chikungunya despencaram nos 25 municípios, mesmo assim, o alerta continua. Isso porque, o clico 2017/2018, que começa no dia 1º de agosto, corre um sério risco de enfrentar uma nova epidemia.
Segundo o enfermeiro da 10ª Regional da Saúde, Daniel Lós, os 2.973 registros de dengue em 2015/2016, inclusive com uma morte na cidade de Cascavel, baixaram para 79 casos no atual ciclo, retração de 97%. “Ainda temos uns 200 exames em análise para saber se são casos de dengue ou não e eles devem ser concluídos nos próximos dias, por isso vale lembrar que estes números são preliminares, mas notamos uma importante redução (…) do mesmo modo, o alerta deve continuar porque há risco de nova epidemia para a região e mesmo para o Paraná”, completa ao lembrar que, no ciclo passado, a regional viveu um índice epidêmico com 483,77 casos para cada cem mil habitantes.
Isso pode se repetir para 2017/2018 pela soma de alguns fatores. “Todas as vezes que temos uma epidemia, casos graves da doença ou mortes, a população fica mais vigilante, cuida mais. Quando os casos reduzem, a população acaba relaxando um pouco”, afirma.
Além disso, quando há mais diagnósticos positivos à doença, os já contagiados ficam imunes aquele sorotipo de vírus. “Porque as pessoas pegam apenas uma vez o sorotipo 1, 2, 3 ou 4. Quando se pega o 1, por exemplo, a pessoa não volta a contraí-lo e entendemos que isso torna uma parcela da população imune”, segue.
Há ainda o fator climático. Com mais chuva e calor, o mosquito se prolifera mais, mas ele está se tornando mais resistente inclusive às estiagens e a o frio extremo.
Por outro lado, um dos principais fatores, aliado à vigilância ou a falta dela acerca dos focos do mosquito Aedes aegypti, é uma certa acomodação dos governos em liberar recursos para o combate às doenças. “Isso também pode ser notado. Sempre que há uma epidemia, casos graves, mortes, os governos investem mais no combate, Liberam mais dinheiro, contratam mais agentes. Quando os casos caem, a tendência é que os recursos também reduzam”, avalia o enfermeiro.
Vigilância
E para que estes riscos de epidemia não se confirmem neste ano, um intenso trabalho vem sendo desenvolvido com os municípios. “São duas capacitações por ano mais acompanhamentos constantes. De modo geral temos observado que a vigilância e as ações têm melhorado muito, mas ainda há caminhos a serem percorridos”, sugere o enfermeiro Daniel Lós.
Características
Dos 79 casos registrados no atual ciclo, até ontem, em toda regional, 66 foram autóctones – contraídos na própria cidade – e 13 importados. Não houve mortes nem casos graves desencadeados pela doença e o índice é de 12,22 casos para cada 100 mil habitantes.
Sem e com registros
Entre os municípios que até o momento não tiveram registros de dengue no ciclo 2016/2017 estão: Anahy, Braganei, Campo Bonito, Catanduvas, Céu Azul, Diamante do Sul, Espigão Alto do Iguaçu, Formosa do Oeste, Guaraniaçu, Iguatu e Jesuítas.
Entre os que têm casos confirmados, estão: Boa Vista da Aparecida (dois autóctones e um importado), Cafelândia (três autóctones e um importado). Capitão Leônidas Marques (um autóctone), Cascavel (42 autóctones e quatro importados), Corbélia (dois autóctones), Ibema (01 autóctone)
Iracema do Oeste (um importado), Nova Aurora (um autóctone), Quedas do Iguaçu (cinco autóctones e um importado), Santa Lúcia (um autóctone), Santa Tereza do Oeste (um autóctone e um importado), Três Barras (quatro autóctones) e Vera Cruz do Oeste (três autóctones e três importados).