Cotidiano

Cascavelenses mais conscientes para os transplantes

Conforme a Central Estadual de Transplantes, a 10ª Regional de Saúde de Cascavel registrou 254 transplantes de doadores que tiveram morte encefálica

Cascavel – Em julho de 2009, Silvana Liesenfeld, de 33 anos, recebeu um diagnóstico que mudou sua vida. Uma anemia plástica severa fez com que ela e a família corressem contra o tempo em busca da cura. “Tinha uma vida normal. De repente, passo mal em meu trabalho e por orientação médica fiz um hemograma. No dia seguinte, quando o resultado saiu, o bioquímico pediu que eu fizesse novamente o exame para confirmar o diagnóstico. Naquele momento, não desconfiava de nada até receber a notícia”, lembra Silvana.

Até que o segundo resultado saísse, Silvana se sentiu mal pela segunda vez e foi ao médico. Lá, foram vistas manchas roxas pelo corpo, principalmente nos braços e a partir daí a luta era contra o tempo. “Não sentia nada, mas como minhas plaquetas estavam muito abaixo do normal – 4,5 mil das estimadas 140 mil plaquetas – não pude sair do hospital”, conta.

A única solução para o problema de Silvana era um transplante de medula óssea. A doença, que já estava em estágio avançado, foi tratada inicialmente no Ceonc (Centro de Oncologia Cascavel). Em seguida, a paciente foi encaminhada ao Hospital de Curitiba, onde o tratamento foi intensificado e os testes de compatibilidade iniciados.

Números

Conforme a Central Estadual de Transplantes, a 10ª Regional de Saúde de Cascavel registrou 254 transplantes de doadores que tiveram morte encefálica em 2016, número considerado 8% maior desde o início do levantamento estadual, em 2013, período em que ocorreram 235 transplantes. Em relação aos doadores vivos, foram 35 transplantes. Somente de medula foram 19 procedimentos de janeiro a dezembro do ano passado e outros 15 de rim. De acordo com a coordenadora da OPO (Organização de Procura de Órgãos) de Cascavel, Adriana Miguel, a fila de espera por um órgão no Paraná tem 1.724 pessoas cadastradas. Desses, o órgão que apresenta maior demanda é o rim, seguido de fígado, coração e pâncreas. Com relação à espera por tecidos (córneas) 144 pessoas aguardam na fila. Tratando-se de transplantes de córneas, o tempo na fila de espera é menor devido a um maior número de doações se comparado com as de outros órgãos.