RIO – O presidente Michel Temer afirmou, em entrevista a Roberto D?Avila, na GloboNews, exibida na noite desta quarta-feira, que viu com ?tristeza cívica? o impacto econômico da operação Carne Fraca, da Polícia Federal. Ele defendeu ainda o ministro Osmar Serraglio (Justiça), que apareceu em um grampo telefônico da investigação.
? Vi com certa tristeza cívica. Nada como lidar com números. Você tem 4.838 plantas frigoríficas no país, três interditadas e 18 investigadas. Você tem 11.300 servidores no Ministério da Agricultura, a questão envolveu 28 ou 30, que estão sendo investigados. De repente faz-se um espetáculo com esse episódio, cria problema internacional.
Para Temer, Serraglio, que na época era deputado federal, atuou no episódio como representante do estado do Paraná:
? Você sabe, o Osmar Serraglio foi deputado muito tempo. Acontece uma coisa em um lugar qualquer, o sujeito liga para ele. Ele, como deputado, representante de uma região, liga para alguém e (diz): ?Olha, o que está acontecendo aí etc??.
Foi interceptado um diálogo entre o atual ministro da Justiça e o ex-superintendente federal de Agricultura do Paraná, Daniel Gonçalves Filho, descrito pela Polícia Federal como “líder da organização criminosa”.
Serraglio, que chama o servidor público de “grande chefe”, liga para Daniel para saber sobre fiscalização no frigorífico Larissa, em Iporã, interior do estado, após ter sido procurado por Paulo ? que a PF identifica como Paulo Rogério Sposito, dono do frigorífico Larissa.
Temer minimizou o fato de Serraglio ter chamado o ex-superintendente de ?grande chefe?:
? Grande chefe é uma expressão, cada um usa a expressão que deve usar. Foi ruim divulgar como se fosse uma coisa criminosa.
Perguntado, o presidente afirmou que mantém o apoio ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello:
? Não vejo razão para tirá-lo.